Imprensa

Nyusi defende maior investimento na ciência e tecnologia em África

24/10/2017 11:03
Nyusi defende maior investimento na ciência e tecnologia em África

O Presidente da República, Filipe Nyusi, defende que os governos africanos deveriam investir mais em infra-estruturas de educação, inovação e Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s) para assegurar que todos os países sejam actores importantes na economia global do conhecimento em benefício das gerações vindouras.

Segundo Nyusi, os países africanos ainda estão muito aquém das expectativas no que concerne a garantia de serviços de inovação e tecnologia para os seus cidadãos.

O estadista falava hoje, em Maputo, na sessão de abertura da VII Cimeira Ministerial Innovation Africa 2017, um evento de três dias e que conta com a participação de delegados de 40 países africanos que, durante três dias, vão discutir temas tais como educação, inovação e TICs.
Para melhor elucidar, o mais alto magistrado da nação disse que Moçambique investe apenas 0,3 por cento do seu Produto Interno Bruto (PIB) na ciência, tecnologia e inovação, uma cifra muito aquém da meta estabelecida pela Nova Parceria para o Desenvolvimento da África, que é de um por cento.
Isto representa um desafio para o nosso país. Os investimentos necessários para construir e expandir a infra-estrutura necessária são enormes. Precisamos de colocar parte significativa dos nossos parcos recursos financeiros nos programas de educação, em particular nos que focalizam ao uso de Tecnologias de Informação e Comunicação, sublinhou.
Vincou que o governo moçambicano vai continuar a envidar esforços para que o país atinja nos próximos anos a meta estabelecida pela NEPAD.
Para o Presidente, o outro desafio que os países africanos enfrentam é garantir o acesso adequado às TICs particularmente junto as comunidades rurais.
Nyusi entende que o desafio só pode ser ultrapassado com o engajamento dos governos, bem como através de criação de parcerias sólidas com todas as partes interessadas, incluindo o sector privado e agências internacionais.
A necessidade de investimento na educação da juventude é outro ponto destacado pelo governante moçambicano, explicando que só assim os jovens poderão explorar o máximo o seu potencial. 
Os jovens são agentes da mudança, capazes de contribuir na criação da riqueza, participando com inovação e criatividade baseadas na ciência e tecnologia aplicadas a várias áreas, disse, sublinhando ser responsabilidade dos governos africanos criar políticas e estratégias para este propósito. 
O director Executivo da AfricansBrains, John Glassey, empresa co-organizadora da Cimeira, destacou a necessidade de os países africanos incentivarem parcerias entre os governos e o sector privado, incluindo as universidades e a sociedade civil visando garantir o acesso à educação, inovação e TIC’s aos seus cidadãos.
Os governos precisam de mais educação de qualidade, acesso à educação para todos. Temos uma lacuna entre a procura e a oferta. É possível preencher a lacuna através de parcerias público privadas. Não é apenas uma questão económica, é também tecnológica, disse Glassey.
A Cimeira Ministerial é o maior evento do género da Africa e é organizado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico-Profissional e o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano em parceria com a AfricanBreins, uma iniciativa de Investimento em Educação, Inovação e Tecnologia para África.
Trata-se de uma oportunidade para os governos africanos reflectirem sobre os avanços nas áreas da inovação, desenvolvimento de habilidades digitais, bem como na promoção do uso das TICs na educação.
A VII Cimeira Ministerial Innovation Africa 2017 vai decorrer até quarta-feira, na capital moçambicana.
(AIM)