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Nyusi defende importância dos parceiros assumirem compromissos

22/09/2016 10:55
 Nyusi defende importância dos parceiros assumirem compromissos

O Presidente da República, Filipe Nyusi, defendeu quarta-feira, em Nova Iorque, a importância de os parceiros respeitarem os compromissos assumidos no quadro dos objectivos de desenvolvimento internacionalmente acordados.

Discursando no Debate Geral da 71ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, Nyusi defendeu ainda a previsibilidade de apoio nos termos da Declaração de Paris sobre a eficácia da ajuda ao desenvolvimento.
O Chefe do Estado moçambicano entende que isso irá criar bases institucionais sólidas para uma implementação eficiente e eficaz da agenda 2030 sobre o desenvolvimento sustentável, contribuindo assim para tornar em realidade o desejo “impulso universal para transformar o Mundo”.
Nyusi disse ao mais alto fórum de concertação político-diplomática que o maior desafio na concretização dos Objectivos de Desenvolvimento do Sustentável (ODS) reside na sua implementação, particularmente no que diz respeito ao alinhamento com os recursos globais, regionais e internacionais, bem como no que tange ao financiamento, monitoria e avaliação dos progressos e inclusividade.
Na visão do Presidente, o tema da sessão “Os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável: Um Impulso Universal para Transformar o nosso Mundo” é o mais acertado, porquanto 2016 representa o início de uma nova era no quadro da implementação da agenda de desenvolvimento global.
“A agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável reflecte a ambição colectiva e consenso global sobre a necessidade de acelerar a criação de condições para que os esforços com vista a erradicação da pobreza e a construção do desenvolvimento sustentável sejam centrados no Homem”, disse.
Nyusi considera os ODS uma ferramenta com enorme potencial de promover alterações profundas na visão sobre o desenvolvimento e de assegurar que nenhum país ou individuo seja deixado de fora. 
Afirmou que ao incluir a dimensão da paz e estabilidade aos ODS, a agenda 2030 reconhece a indivisibilidade do binómio paz e desenvolvimento e a necessidade da sua consolidação no Mundo.
“Só assim podemos construir sociedades pacíficas, justas e inclusivas para o que é necessário uma vontade política genuína”, realçou.
Acrescentou que, neste processo, a reforma do sistema das Nações Unidas para melhor responder as realidades actuais “é um pressuposto urgente”. Moçambique, segundo Chefe do Estado, defende ser importante a reforma das Nações Unidas, no geral, e do Conselho de Segurança, em particular.
“A materialização da agenda global exige o engajamento colectivo no reforço das instituições multinacionais”, disse.
O estadista moçambicano salientou que a transformação do Mundo que se pretende com os ODS pressupõe ainda uma alteração estrutural dos padrões de concepção e implementação das agendas nacionais de desenvolvimento.
Em Moçambique, o Programa Quinquenal (2015/2019), principal instrumento de governação, já reflecte os princípios e as dimensões do desenvolvimento sustentável.
Com efeito, o Governo criou recentemente um grupo de referência nacional para melhor integrar, monitorar e reportar sobre a implementação dos ODS.
O grupo, que envolve representantes da sociedade civil, do governo, do sector privado, parlamentares académicos e dos parceiros de cooperação, tem a missão de fazer o acompanhamento dos progressos dos indicadores seleccionados para avaliação das metas até 2030, e debruça-se sobre políticas e previsibilidade de financiamento e factores condicionantes do sucesso na implementação dos ODS.
“Com esta base alargada dos intervenientes, através do grupo de referência, pretende-se tornar a implementação dos ODS um processo mais inclusivo, coerente e transparente, do qual todos os diferentes actores se sintam parte”, explicou.
Como parte do seu compromisso de continuar a mobilizar mais recursos internos respondendo ao novo quadro de desenvolvimento, Moçambique criou o Fundo Nacional de Desenvolvimento Sustentável, estando em curso a avaliação dos fluxos financeiros para o desenvolvimento, exercício que visa facilitar a visualização do alcance dos resultados de desenvolvimento e explorar as opções para integração coerente entre as prioridades do governo e as agendas internacionais.
O Presidente Nyusi reiterou o compromisso de Moçambique continuar a cooperar exemplarmente com as Nações Unidas todos os Estados membros para a materialização dos ODS ao nível global e regional e construção de um modelo prospero e pacifico e de bem-estar para todos os povos.
Manifestou apreço pelo trabalho do Secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, já no final do seu segundo mandato, e disse esperar do próximo timoneiro, a ser eleito em breve, o reforço das relações existentes com o país para impulsionar a implementação dos ODS e a materialização de reformas das Nações Unidas de modo a tornar esta organização mais democrática, mais representativa e ao serviço de todas as nações e povos.
(AIM)