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Nyusi convida Renamo a criar comissão mista para retomar diálogo

18/05/2016 09:28
Nyusi convida Renamo a criar  comissão mista para retomar diálogo

O Presidente da República, Filipe Nyusi, solicitou hoje, ao líder da Renamo, Afonso Dhlakama, a indicação de quadros da sua formação política para se juntarem à contraparte do governo para a constituição de uma Comissão Mista ou Conjunta de preparação dos termos de referência para a retomada do diálogo. 

“Um comunicado de imprensa enviado a Redacção da AIM refere que os quadros da Renamo, o maior partido da oposição em Moçambique, irão juntar-se à contraparte já indicada pelo Chefe do Estado moçambicano.

Segundo um ofício enviado hoje ao Gabinete do líder da Renamo, a Comissão Mista ou Conjunta terá como principal missão a preparação dos pontos para o diálogo ao mais alto nível, harmonizando os procedimentos e termos de referência”, lê-se no documento.

“O Chefe do Estado moçambicano defende que não haja mediação para a criação da Comissão acima referida, pois, a retomada do diálogo ocorrerá como resultado dos termos de referência a serem definidos pela equipa conjunta”, acrescenta o comunicado. 
Refira-se que o diálogo entre o governo e a Renamo iniciou em Abril de 2013. O mesmo viria a ser interrompido a 17 de Agosto de 2015 após 114 rondas. 
A agenda do diálogo incluía quatro pontos, nomeadamente o Pacote Eleitoral, a Despartidarização do Aparelho do Estado, Questões Militares e Questões Económicas.
Entretanto, apenas foi alcançado pleno consenso no primeiro ponto referente ao Pacote Eleitoral.
Apesar de o governo e a Renamo terem alcançado um consenso sobre o ponto referente a Despartidarização do Aparelho do Estado, as partes continuavam a divergir no procedimento a tomar com a respectiva declaração. A Renamo insistia que o documento deveria ser homologado pela Assembleia da República, o parlamento moçambicano, algo que o governo rejeitava categoricamente.
Dhlakama regressou ao mato, algures no distrito de Gorongosa, volvidos alguns dias após uma operação conduzida pelas Forças de Defesa e Segurança (FDS) para desarmar a sua guarda pessoal na cidade da Beira, capital da província central de Sofala. 
A operação culminou com a captura de 16 metralhadoras do tipo AKM e uma pistola, bem como a detenção de 11 guardas de Afonso Dhlakama. 
Desde então, o líder da Renamo regressou ao mato e tem estado a coordenar ataques armados contra alvos civis e militares a partir do seu quartel-general em Gorongosa. 
Nos últimos meses, o Presidente da República convidou inúmeras vezes a Renamo a retomar ao diálogo, mas aquela formação política continua a recusar exigindo a mediação da Igreja Católica, União Europeia e do Presidente sul-africano, Jacob Zuma.