Nyusi começa maratona diplomática reunindo com John Kerry

O estadista moçambicano e o chefe da diplomacia norte-americana analisaram a situação política no país e na região Austral da África, bem como questões relativas a transparência governativa, biodiversidade, entre outras.
John Kerry disse a jornalistas que a situação difícil que Moçambique atravessa, em alusão a instabilidade político-militar protagonizada pela Renamo, e ao diálogo político ora em curso para a restauração da paz no país constituem desafios a ter em conta.
No encontro havido no Departamento de Estado, John kerry disse estar especialmente satisfeito com a actividade do Presidente Nyusi em relação a conservação da biodiversidade.
Por sua vez, o estadista moçambicano disse que o encontro serviu para reforçar as relações de amizade, diplomáticas, económicas, e a própria diplomacia ambiental.
O encontro insere-se no quadro da visita que o Presidente da República iniciou hoje aos Estados Unidos da América (EUA), considerada importante para o futuro das relações bilaterais e com parceiros programáticos como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Em Washington, primeira etapa da visita, o Chefe do Estado tem ainda agendado encontros com os Secretários de Estado do Comércio, Penny Pitzker, da Energia, Ernest Moniz, com a Embaixadora Susan Rice, Conselheira Nacional de Segurança.
Nyusi vai ainda se reunir com o Presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, e com a directora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, encontros considerados cruciais para o futuro das relações com as instituições de Bretton Woods, algo afectadas com a descoberta de uma dívida não registada de mais de 1,4 mil milhões de dólares, que levou a suspensão da assistência financeira directa ao país.
O programa do estadista inclui ainda encontros com Beth Tritter, vice-presidente para avaliação de políticas, e Kyle Kim, vice-presidente para operações do Compacto ‘Millennium Challenge Corporation (MCC)’, a sua participação no Fórum Empresarial co-organizado com o Conselho Corporativo para Africa (CCA), para além de discursar na 46/a Conferencia Legislativa Anual (ALC) da Fundação ‘The Congressional Black Caucus’ e na Conferencia Anual do ‘Africa Braintrust’.
Já em Houston, no Estado do Texas, segunda escala da visita, o Presidente moçambicano vai escalar a Anadarko e a General Electric, participar num Fórum empresarial, e manter um encontro com a Camara de Comercio EUA - Árabe, encabeçada pela Senhora Ainda Araizzi, fundadora e presidente da organização.
Estes encontros de cariz político e económico com as autoridades governamentais e empresariais norte-americanas visam relançar a cooperação bilateral, incrementar as trocas comerciais e estimular investimentos em Moçambique.
A visita comporta uma forte componente económica com o Chefe do Estado moçambicano a fazer-se acompanhar por uma missão empresarial composta por 67 membros ligados a áreas vitais da economia nacional. Dentre elas, destaque vai para o sector de energia e recursos minerais que se afigura como o mais representativo com 26 elementos.
Durante os fóruns, em Washington e Houston, os empresários moçambicanos e norte-americanos vão discutir, analisar e avaliar mecanismos que possam conduzir ao estabelecimento de parcerias estratégicas para desenvolver negócios, atrair mais investimentos e fortalecer as relações comerciais.
Espera-se que a presença do Presidente da República nos diversos eventos e fóruns empresariais possa contribuir para encorajar o sector privado norte-americano a investir em Moçambique e a estimular as trocas comerciais, aproveitando as facilidades de comércio preconizadas na AGOA, instrumento do Governo de Washington que oferece oportunidades aos países africanos de colocarem os seus produtos no mercado norte-americano.
No âmbito deste programa, Moçambique dispõe de oportunidades para exportar para o mercado dos EUA 6.500 produtos diversos, mas, actualmente, apenas o açúcar e o camarão são os mais colocados naquele vasto mercado.
“Entendemos que Moçambique e os Estados Unidos devem fazer mais para incrementar o volume de negócios”, disse fonte da direcção da Confederação das Associações Económicas (CTA) a jornalistas moçambicanos. 
Moçambique é um país de grandes oportunidades, dada a abundancia de recursos naturais. O potencial energético, particularmente o gás natural e petróleo, torna o país fonte de interesse por parte de companhias que operam no sector. Os EUA não constituem excepção.
Exemplo disso é a presença de empresas norte-americanas como a Anadarko, uma das maiores companhias mundiais de produção e exploração de petróleo e gás natural que opera na prospecção de hidrocarbonetos na bacia do Rovuma, um sinal de aposta dos Estados Unidos em investir em Moçambique.
Além dos Ministros dos Negócios Estrangeiros, Oldemiro Baloi, da Indústria e Comércio, Maxi Tonela, e da Terra, Água e Desenvolvimento Rural, Celso Correia, o Presidente da República faz-se acompanhar pela Esposa, Isaura Nyusi, que cumpre um programa paralelo que inclui visitas a projectos e instituições sociais que trabalham nas áreas da saúde como as de combate ao HIV/Sida, cancro da mama, entre outras áreas de acção do Gabinete da Primeira Dama.
(AIM)