Imprensa

Nyusi apela combatentes para aumento da produção e produtividade

08/09/2016 08:23
Nyusi apela combatentes para aumento da produção e produtividade

O Presidente da República, Filipe Nyusi, instou hoje, em Pemba, capital da província nortenha moçambicana de Cabo Delgado, os combatentes da Luta Armada de Libertação Nacional e da soberania e democracia a continuarem a ser referência de convivência pacífica, por forma a permitir o aumento da produção e produtividade, rumo ao progresso do país.

Discursando num comício popular inserido nas comemorações alusivas ao 7 de Setembro, dia em que foram assinados os Acordos de Lusaka, na Zâmbia, em 1974, Nyusi exortou as duas gerações de combatentes para se pautarem por acções não violentas e que estimulem o crescimento do país.
O Chefe do Estado moçambicano, que naquela urbe orientou as cerimónias centrais do 7 de Setembro, baptizada como Dia da Vitória, sublinhou que os veteranos da luta armada pela independência de Moçambique devem continuar a alimentar a sua experiência de perdão para permitir que moçambicanos trabalhem para o bem de todos.
Nyusi pediu aos antigos guerrilheiros da então Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), hoje no poder, a se envolverem, de forma activa, no aumento da produção agrícola e produtividade e a trabalharem para a garantir a criação da renda dos moçambicanos.
Salientou que a geração do 25 de Setembro é de uma virtude que hoje continua a orgulhar o país, sublinhando, que este festival, cujo epicentro serviu para reencontrar milhares dos que lutaram pela independência, constitui o reconhecimento do passado que está a construir o presente do país.
Vincou, todavia, que o governo reconhece o sofrimento dos combatentes, chamando a todos para a necessidade de continuarem a ser exemplo de perdão e inclusão social no país.
“O 7 de Setembro confunde-se com a história de Moçambique. Estão aqui combatentes, desmobilizados de guerra, aqueles que estiveram na Udenamo e na formação da Frelimo, o que mostra o exemplo da unidade nacional e da inclusão social no nosso país”, disse. 
No seu discurso, o Presidente reconheceu, a dado momento, que a economia moçambicana está a atravessar momentos difíceis, caracterizados por queda de preços dos produtos das exportações, como camarão e carvão.
Face a esta situação, o Chefe do Estado chamou a todos os moçambicanos a se envolverem ainda mais na produção de comida em todas as regiões do país.
No seu discurso, Nyusi falou dos ataques armados levados a cabo por homens da Renamo que, segundo o Presidente, estão a desestabilizar todos os esforços empreendidos pelo governo para a melhoria da vida no país.
O Chefe do Estado, que deve regressar ainda hoje a Maputo, capital moçambicana, referiu que a Renamo começou já a matar a combatentes, em vários pontos de Moçambique.
Disse que hoje (quarta-feira), homens armados da organização de Afonso Dhlakhama atacaram em Moquia, na Zambézia, centro de Moçambique, acto que mostra o seu objectivo de querer tomar o poder através da força.
Momentos antes, Marcelino dos Santos, veterano da Luta Armada de Libertação Nacional e um dos fundadores da Frelimo, falou da necessidade dos moçambicanos intensificarem a luta por um futuro novo, com vista a alcançar uma nova vitória.
O antigo Presidente da Assembleia da República salientou que, hoje, os moçambicanos devem trabalhar e fazer reviver o país numa forma superior, acrescentando que “temos que caminhar por uma vitória grande”. 
Marcelino dos Santos, que foi vice-Presidente da Frelimo durante a guerra pela independência de Moçambique, afirmou ser necessário que o país trabalhe para poder alcançar a vitória da revolução moçambicana.
“Já lutamos, mas devemos ter a capacidade de produzir muita comida para desenvolver o nosso país. Temos que ter a coragem de avançarmos para o progresso de Moçambique, o que passa pelo envolvimento de todos no aumento dos níveis da produção de comida”, disse Marcelino dos Santos, agora com 87 anos de idade, alias o mais velho dos combatentes ainda vivos.
O comício, muito concorrido, marcou o fim das comemorações dos Acordos de Lusaka, que puseram fim a uma guerra de 10 anos pela independência do país.
Esta e a segunda vez que Pemba acolhe a efeméride. A primeira vez aconteceu em 2014, enquanto em 2015 as comemorações do Dia da Vitória tiveram lugar em Tete, capital da provincial central com o mesmo nome.
(AIM)