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Niassa continua colocar excedentes no Malawi e Tanzania

06/06/2017 07:35
Niassa continua colocar excedentes no Malawi e Tanzania

O Presidente da República, Filipe Nyusi, manifestou desagrado pelo facto de a província do Niassa continuar a colocar os excedentes agrícolas no Malawi e Tanzânia, mesmo sabido que algumas regiões do vasto Moçambique enfrentam necessidades alimentares.

“A produção agrícola não deve ser toda ela vendida fora, mas sim comercializada dentro do país para que a abundância que se regista nesta região do Norte de Moçambique também se faça sentir a escala nacional, incluindo o sul do país que poderá enfrentar escassez de chuvas”, disse Nyusi, no comício que hoje orientou no povoado de Malémia, distrito de Sanga, no âmbito da visita de trabalho de três dias a Niassa.
Segundo Nyusi, Niassa deve encontrar formas de gerir a produção internamente para que “nos momentos de crise não voltemos a importar a nossa própria produção”.
O Presidente da República, que antes tinha visitado uma exposição de produtos agrícolas, confessou que “o que vi me encoraja bastante. Ficou claro que Niassa não fala, mas sim produz. Aqui não há sinais de que haverá bolsas de fome”.
Nyusi retomou o assunto na sessão extraordinária do governo de Niassa, questionando se havia ou não mercado para o milho e se é ou não verdade de que este e outros cereais estão a ser comercializados no Malawi e Tanzânia.
O governo provincial reconheceu a existência de grandes excedentes de milho que “não tem mercado a nível da província”, obrigando aos produtores a vender a produção no Malawi e Tanzânia.
O Presidente insurgiu-se contra o facto de Niassa ter assumido, durante a conferência nacional sobre a comercialização agrária, absorver 250 mil toneladas de milho o que não tem sinais de estar a acontecer.
“Está claro que não há controlo da comercialização”, afirmou Nyusi, que também exigiu explicações sobre queixas de mau atendimento nas unidades sanitárias. 
Na ocasião, o Chefe de Estado mocambicano foi informado da tomada de medidas disciplinares para desencorajar o mau atendimento hospitalar, tomando se como exemplo a demissão de uma enfermeira da saúde materna e infantil.
Nyusi pediu, ainda, na sessão extraordinária, explicações sobre a dimensão da caça furtiva em Niassa, do estágio das finanças públicas, das actividades tendentes a controlar a criminalidade que tem estado a registar índices assustadores, entre outras questões. 
Recomendou às populações, agentes económicos, entre outros intervenientes na produção agrícola, a apostarem também na criação de diverso tipo de gado, sublinhando que Niassa tem extensas terras para pasto, criação de aves, entre outro tipo de gado.
Sobre a comemoração hoje do dia mundial do ambiente, Nyusi defendeu a exploração sustentável dos recursos naturais, indicando que “Niassa deve preservar a fauna e flora que detêm e que são cobiçadas a nível mundial”.
Segundo o presidente, há países que nem conseguem ver estrelas devido a altos índices de poluição atmosférica e devastação de florestas.
Quanto a paz, o Presidente da República reiterou a sua determinação em tudo fazer para que, com o envolvimento de todos, Moçambique viva uma paz efectiva e duradoira. “Vamos todos trabalhar para que a paz seja realidade. Para isso, temos que ser tolerantes e sabermos ouvir o que os outros pensam e não apenas valorizar o que queremos. A paz não é de uma única pessoa mais sim de todos”.
A visita de Nyusi a Niassa prolongar-se-á até Quarta-feira escalando sucessivamente, para além do distrito de Sanga, os de Ngaúma, Majune, Maúa e Mecanhelas. 
(AIM)