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Moçambique e China juntos no combate aos crimes a vida selvagem

01/12/2017 13:52
Moçambique e China juntos no combate aos crimes a vida selvagem

Os governos de Moçambique e da República Popular da China poderão rubricar, em 2018, um memorando de entendimento, destinado a orientar todas as acções de combate ao tráfico da fauna bravia nos dois países e no mundo.

O entendimento nesse sentido foi acordado numa reunião técnica, recentemente havida em Maputo, entre as partes representantes dos dois países, com vista a traçar as estratégias de combate a caça e ao comércio e tráfico ilegal da vida selvagem.

No encontro, as partes discutiram e traçaram estratégias de fiscalização conjunta nas Áreas de Conservação (AC) e fronteiras dos países envolvidos com vista a combater a caça, o comércio e tráfico de produtos da vida selvagem.
As maiores rotas deste negócio estendem-se desde a costa oriental de África até a Ásia e as informações recentes indicam que o aumento do tráfico ilegal dos produtos da vida selvagem provenientes de Moçambique com destino a China incidem, essencialmente, no marfim, cornos de rinoceronte e escamas de pangolim.
As partes concordaram em cooperar nas três áreas-chave, de modo a melhorar a cooperação no domínio de fiscalização, em primeiro lugar, através da troca de informações tanto bilateral e multilateral, de actividades conjuntas de formação e capacitação dos seus quadros assim como a sensibilização sobre crimes transnacional da fauna bravia, refere um comunicado da Administração Nacional de Áreas de Conservação (ANAC), recebido hoje pela AIM.
O Director dos Serviços de Protecção e Fiscalização da ANAC, Carlos Lopes Pereira, disse que o país está de um tempo a esta parte a contar com a colaboração activa dos países vizinhos na identificação e apreensão de pessoas que delapidam os recursos florestais e faunísticos da região.
No entanto, segundo Pereira, há ainda a necessidade de mais trabalhos com países asiáticos, com vista a melhorar, cada vez mais, as actividades conjuntas de fiscalização.
Por seu turno, o representante da Autoridade Administrativa da CITES, Xiao Hong, disse, a margem da reunião, que proteger a biodiversidade e o ambiente é responsabilidade de todos, além de contribuir para o desenvolvimento sustentável das sociedades e fortalecer a cooperação entre as diferentes nações.
Por seu turno, a representante da Unidade Anti-Contrabando das Alfândegas da China, Yang Liuying, disse que o seu país continuará a intensificar as acções de fiscalizações nas fronteiras e a trocar informação com os homólogos dos países de origem dos produtos da fauna.
Queremos continuar a fortalecer a colaboração em termos de fiscalização e a troca de informação e participar activamente na cooperação internacional em acções de fiscalização com vista a interromper o aumento e o desenvolvimento de crimes que envolvem o contrabando das espécies em perigo de extinção, salientou Liuying.
O evento foi co-organizado pelas Autoridades Administrativas da CITES da Moçambicana e China e da Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), com apoio dos programas da “Wildlife Conservation Society” da China e de Moçambique.