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Moçambique e Botswana imortalizam legado de Samora Machel

24/05/2016 09:16
Moçambique e Botswana imortalizam legado de Samora Machel

Os governos de Moçambique e do Botswana vão eternizar o legado do proclamador da independência moçambicana devendo, para o efeito, estabelecer o Museu Samora Moisés Machel na região de Lobatse, que

dista cerca de 70 quilómetros da cidade de Gaberone, capital daquele país.
Este desiderato foi revelado pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Oldemiro Baloi, que falava na conferência de imprensa havida em Maputo, no fim das conversações bilaterais ao mais alto nível, inseridas no quadro da visita de Estado de três dias que o estadista tswana, Ian Khama, efectua desde hoje a Moçambique. 
Para a consumação da intenção, os dois países rubricaram o acordo para o estabelecimento do museu, assim como o memorando sobre a cooperação na área de geologia e minas. 
Baloi, que não revelou os valores envolvidos para as obras de construção do museu, adiantou, porém, que o executivo de Gaberone disponibilizou o espaço e o governo de Moçambique irá financiar a construção, estando a decorrer, no momento, estudos arquitectónicos para fazer uma avaliação. 
Todavia, existe, segundo o chefe da diplomacia moçambicana, uma reserva financeira que se destina ao arranque das obras de construção do museu, com o termo previsto para o ano em curso. 
A região de Lobatse, que entra para os anais da história no quadro da irmandade entre o país e o Botswana, é onde está localizada a modesta casa que, em tempos recuados, acolheu Samora Moisés Machel e outros militantes que partiram em busca do sonho de um Moçambique livre e independente. 
“Essa família para além de ser tswana tornou-se também moçambicana”, disse o ministro, anotando que no sentido de a eternizar se decidiu criar um museu, cuja inauguração poderá acontecer ainda no decurso deste ano e os dois governos trabalham nesse sentido.
No capítulo da geologia e minas, o Botswana é, segundo Baloi, uma potencia não só em África mas também no mundo no respeita a exploração diamantífera na produção e processamento, aspectos que despertam o interesse do país em aprender e cooperar.
O outro assunto que outrora suscitara elevado interesse entre os países é o projecto integrado do porto de águas profundas de Techobanine, no distrito de Matutuíne, província meridional de Maputo. O mesmo vai estabelecer uma ligação com a região carbonífera de Selebipikwe no Botswana, através do território zimbabweano, inicialmente avaliado em 6,5 biliões de dólares americanos.
Baloi disse que o projecto de larga envergadura e complexidade do porto Techobanine requer estudos muito profundos incluindo a componente ambiental, a harmonização de interesses e a mobilização de financiamentos. 
“Neste momento os três países (Moçambique, Botswana e Zimbabwe) trabalham juntos. Em algum momento terá havido uma desaceleração devido aos desafios que se colocam ao próprio projecto, mas a abordagem feita pelos chefes de Estado foi no sentido de se avançar”, explicou o ministro.
Por seu turno, o Ministro tswana na Presidência para Assuntos Sociais e de Administração Pública, Eric Molale, disse que as relações entre os nossos dois países cresceram consideravelmente. Aliás, basta apontar a diversidade de assuntos que foram discutidos no encontro da Comissão Mista.
Molale apontou, como exemplo, as áreas de energia, agricultura, recursos minerais, turismo, a protecção dos investimentos de cada um dos países como sendo de elevado interesse, dadas as vantagens comparativas que os dois Estados podem explorar.