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Moçambique defende caça desportiva do Hipopótamo

22/11/2017 08:01
Moçambique defende caça desportiva do Hipopótamo

Moçambique vai defender o retorno a caça desportiva do hipopótamo durante a 69/a reunião do Comité Permanente da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies de Fauna e Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção (CITES).

O evento terá lugar próxima semana em Genebra, Suíça.
Em 2012, esta organização decidiu suspender a comercialização dos troféus de hipopótamo depois de verificar que não havia clareza sobre as quantidades existentes desta espécie no país, o que dificultava a atribuição de quotas para a caça desportiva.
Moçambique está a trabalhar com a União Europeia, Estados Unidos da América, secretariado da CITES para o reinício do comércio internacional dos troféus de caça desportiva do Hipopótamo, disse o Director-Geral da Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), Bartolomeu Soto.
Falando hoje, em Maputo, na reunião com os parceiros de cooperação, Soto disse que o Governo está a colher conselhos e recomendações para o melhoramento do documento a ser submetido ao secretariado da CITES para aprovação.
A espectativa é o país voltar a comercializar o hipopótamo em 2018.
De acordo com Soto, Moçambique tem mais de sete mil hipopótamos o que significa que podem ser abatidos 40 animais por ano sem se criar nenhum défice no ecossistema.
Num outro desenvolvimento, Soto disse que muitos são os desafios que são impostos `a ANAC com vista a combater a caça ilegal e comércio ilícito de produtos de fauna e flora, ajuntando que neste âmbito Moçambique tem vindo a assinar acordos bilaterais para a protecção e conservação da biodiversidade.
A assinatura do memorando de entendimento com a República Socialista do Vietname (país de destino de produtos), em Agosto de 2017, para além de outros assinados com a África do Sul e Tanzânia (países de origem), são sinal inequívoco de combate a actividade ilícita que coloca em risco a sobrevivência de espécies faunísticas como o elefante, rinoceronte, leão, pangolim, entre outas. 
Os memorandos clarificam, entre outras questões, a tarefa de cada país no combate a caça Furtiva. 
A luz dos esforços, a Assembleia da República (AR), o parlamento moçambicano, aprovou, este ano, as emendas à Lei da Conservação de 2014 que penaliza com até 16 anos de prisão aos mandantes dos crimes contra a fauna e flora selvagens em Moçambique. 
Estamos a trabalhar para responder as metas dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas que recomendam a necessidade de se intensificar o combate a caça furtiva e tráfico de espécies protegidas, incluindo a melhoria da capacidade das comunidades locais por forma a beneficiarem de fontes de sobrevivência sustentáveis, disse Bartolomeu Soto.