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Moçambique/Gaza: Produção das areias pesadas de Chibuto efectiva a partir de Setembro

04/12/2018 14:15

A exploração efectiva das areias pesadas de Chibuto, na província de Gaza, sul de Moçambique, deverá arrancar em Setembro do próximo ano, estando, neste momento, em curso estudos para o escoamento da produção para o Porto de Maputo, a partir do qual será exportada.

Para o efeito, uma das soluções encontradas pela Ding Sheng, empresa chinesa responsável pela exploração das areias pesadas de Chibuto, é a construção de uma ponte-cais na sede do distrito de Chongoene, cujo projecto se espera que seja concluído em Setembro, justamente no mês em que se projecta o início da produção efectiva.
Segundo o director-geral da empresa, Zhang Zhong Hua, citado hoje pelo “Notícias”, outra solução para o escoamento das areias peadas passa pela construção de uma linha férrea que liga os distritos de Chibuto e Chókwè. 
No entanto, conforme assinalou, numa primeira fase este projecto não poderá avançar por se mostrar bastante oneroso.
Zhang Zhong Hua fez saber que, neste momento, decorrem ensaios de uma linha de produção do mineiro, os quais deverão prolongar-se até Setembro do próximo ano, altura em que se espera que estejam 10 linhas em actividade, as quais terão a capacidade de produção de dez toneladas por dia. 
O mineiro produzido em Chibuto, com grande valor comercial, será exportado para os mercados chinês e europeu. Ele compreende três tipos, com particular destaque para o titânio, matéria-prima utilizada para a produção de tintas, plásticos, cosméticos e para a fabricação de componentes de aeronaves.
Avaliado em 400 milhões de dólares norte-americanos, o projecto das areias pesadas de Chibuto emprega neste momento cerca de 900 moçambicanos, número que poderá aumentar para cinco mil a partir de Setembro, altura da sua entrada efectiva em exploração.
Um dos constrangimentos com que o projecto de areias pesadas de Chibuto se depara tem a ver com o fornecimento de energia elétrica para a operacionalização da maquinaria.
A empresa Electricidade de Moçambique (EDM) projecta construir uma linha específica para o empreendimento. Para a sua concretização, a empresa terminou recentemente um estudo técnico de engenharia que contempla a construção de uma linha de 110 KW a partir da subestação de Zimbene, no distrito de Bilene, numa extensão de cerca de 70 quilómetros.
O administrador executivo da EDM, Aly Sicola Impija, disse que, em Chibuto, será construída uma linha de 110/113 KW, a qual terá a capacidade mínima de 40MHz, suficientes para o funcionamento normal da unidade fabril. O arranque das obras de construção da linha, avaliadas em 17 milhões de meticais, está previsto para Janeiro, sendo que a sua conclusão deverá ocorrer em Setembro do próximo ano, coincidindo com arranque efectivo das actividades do projecto, conforme explicou.
“Essa linha irá responder de forma eficaz às necessidades da indústria. Só para se ter uma ideia, em termos de capacidade, essa linha terá duas vezes mais a quantidade de energia eléctrica que se consome na cidade de Quelimane. Portanto, não há razões de queixa”, garantiu Aly Impija. Enquanto o projecto de construção da linha específica não se concretiza, a indústria mineira recorre a uma linha alternativa de 33 KW que parte da subestação de Chicumbane, no distrito do Limpopo, com capacidade suficiente para esta fase de construção. 
O ministro dos Recursos Minerais e Energia, Ernesto Max Tonela, que na quinta-feira trabalhou na província de Gaza, considera que o projecto das areias pesadas de Chibuto merece atenção do Governo, mas também de todos os moçambicanos, pois, segundo as suas 
palavras, vem adicionar valor à nossa economia. 
De acordo com o governante, segundo o “Notícias”, o projecto das areias pesadas de Chibuto é o que se apresenta numa fase avançada, quando comparado com outros das províncias de Nampula, Zambézia e Inhambane, daí que o Ministério dos Recursos Minerais e Energia tem estado a fazer um acompanhamento minucioso nesta fase de testes finais.
“As indicações que temos dos investidores é que os testes até aqui feitos são bastante satisfatórios, de tal sorte que já discutem com as diversas áreas do Governo matérias que têm a ver com o investimento necessário em termos de infra-estruturas para complementar as necessidades do projecto”, disse Max Tonela.
(AIM)