Imprensa

Misau prepara quadros em Matérias de Resiliência

03/11/2017 09:20
Misau prepara quadros em Matérias de Resiliência

O Ministério da Saúde (MISAU) vai criar no Sistema Nacional de Saúde (SNS) a capacidade de resposta aos impactos das mudanças climáticas, através de uma força de trabalho resiliente e capaz de antecipar, responder, lidar e adaptar-se aos choques ligados ao clima, com vista a manter as melhorias necessárias na saúde dos moçambicanos.

Para o efeito, o órgão central juntamente com os parceiros de cooperação estão reunidos hoje, em Maputo, na IV Conferência Anual do Observatório de Recursos Humanos para a Saúde em Moçambique, para olhar à questão das mudanças climáticas.

No encontro, sob o lema Por uma Força de Trabalho Resiliente Face as Mudanças Climáticas, que se realiza todos os anos, pretende-se olhar à questão das mudanças climáticas no que diz respeito ao aumento da temperatura, ciclones, cheias, secas e também aos terramotos, apesar de este último não resultar das mudanças climáticas.
No entanto, está entre os factores que depois criam problemas ambientais com implicações na saúde das pessoas, em particular as cheias que podem levar ao aumento de algumas doenças como a malária, doenças hídricas como diarreias, a cólera e os novos surtos como é o caso da febre tifóide.
As enfermidades precisam de recursos humanos para a sua prevenção e tratamento, e o fórum vai dedicar as atenções a discussão de mecanismos conducentes a prevenção, através da sua força de trabalho, bem como a respectiva cura.
O Secretário Permanente do MISAU, Zacarias Zindong, que discursou na sessão de abertura do encontro, disse que a conferência tem por objectivo promover um intercâmbio estruturado entre profissionais com diferentes perspectivas, actuando em diversas áreas de saber.
As mudanças climáticas, que são realidade inegável e resultam, sobretudo, das acções humanas, colocam em perigo a saúde humana e de outros seres vivos no planeta terra, disse.
No sector da saúde, as manifestações incluem, segundo a fonte, alterações nos padrões de ocorrência de doenças transmitidas por vectores (como a malária) e por água contaminada (como a cólera e outras doenças diarreicas), bem como as doenças respiratórias (sobretudo as resultantes da poluição ambiental, como asma e outras crónicas não transmissíveis); a ocorrência de distúrbios psico-sociais em consequência dos eventos climáticos extremos tais como a seca, cheias e ciclones.
Perante a realidade, segundo a fonte, a força de trabalho resiliente deverá ter competências para controlar as doenças sensíveis ao clima; desenvolver um sistema de vigilância, assim como compreender como as mudanças climáticas afectam a população e a prestação de serviços de saúde.
O sector da saúde, com pouco mais de 40 mil trabalhadores, vai intensificar a acção formativa virada para a componente preventiva e curativa, através da dotação com novas habilidades aos seus funcionários, face a ameaça das mudanças climáticas que traduzir-se-á no aumento de algumas doenças, chuvas e cheias.
O encontro conta com a participação de membros do consultivo, da ministra do pelouro, médicos chefes provinciais, gestores de recursos humanos a todos os níveis, oradores e moderadores, parceiros de cooperação, representantes da sociedade civil, e demais participantes nacionais e internacionais.