Misau alerta contra ameaça de doenças mentais

O alerta foi dado hoje em Maputo pelo MISAU por ocasião do Dia Mundial de Saúde Mental, efeméride instituída, em 1992, pela Federação Mundial de Saúde Mental (World Federation for Mental Health), visando chamar a atenção pública à questão da saúde mental global.
Segundo Wilza Fumo, do departamento de Saúde Mental no MISAU, as actividades alusivas a data, assinaladas sob o lema “Saúde Mental no Local de Trabalho”, têm em vista sensibilizar e despertar a consciência colectiva em relação as doenças mentais no local de trabalho, com todas as consequências associadas. 
“A nível global, um fenómeno cada vez mais preocupante é o facto de uma em cada cinco pessoas poder ter um tipo de perturbação mental”, disse Fumo, apontando, no entanto, que a nível nacional o sector de saúde se debate com um sério desafio em termos estatísticos sobre a nova realidade.
O propósito do MISAU é sensibilizar tanto os empregadores quanto os trabalhadores para a necessidade de pensarem na nova realidade sobre a saúde mental cujas consequências no local de trabalho variam da baixa produtividade, baixo rendimento laboral, até o absentismo.
“Os problemas mentais como a depressão e stress podem propiciar a falta dos trabalhadores, incumprimento do prazo de entrega das metas e, no caso de não haver a devida atenção, não se vai reconhecer que se está perante um problema de saúde que pode ser tratado”, alertou a fonte.
Apontou, a título de exemplo, a depressão e o stress como as forma mais comuns, cujas consequências podem traduzir-se, em geral, na falta de interesse pelas actividades no local de trabalho, muitas vezes interpretada como indiferença; o cansaço constante devido a ausência de sono, dificuldades de concentração e tomada de decisão.
O semblante triste, aparência descuidada, baixa auto-estima, cujas consequências se reflectem no desleixado pelo trabalho, a distracção figuram também na lista de sintomas da depressão.
No entanto, Fumo apontou a importância de haver uma redução do estigma para que se possa falar abertamente do problema, aumentar o maior conhecimento para facilitar a identificação; um fácil reconhecimento para uma busca ajuda. 
“Temos de criar um clima que seja favorável à comunicação para, desta forma, buscar ajuda e tornar mais fácil a prevenção do problema”, disse Wilza Fumo. 
As perturbações psicóticas, em geral, e por consumo de substâncias psicoactivas são muito mais comuns entre os indivíduos do sexo masculino, enquanto as depressões e ansiedades, que são doenças de fórum neurótico, são mais comuns as pessoas do sexo feminino.
(AIM)