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Ministro da Defesa confirma retirada das FDS em Gorongosa

03/07/2017 07:43
Ministro da Defesa confirma retirada das FDS em Gorongosa

O Ministro da defesa, Salvador M’tumuke, confirmou hoje a retirada das Forças de Defesa e Segurança de Moçambique (FDS) das oito posições no distrito de Gorongosa, província central de Sofala, onde se encontra refugiado o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, na companhia de seus homens.

Falando à jornalistas no distrito de Doa, província de Tete, M’tumuke disse que as duas últimas posições das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), que se encontravam nas regiões de Lourenzo e Nharirose, arredores da Serra de Gorongosa, foram retiradas no passado 26 de Junho, após o anúncio do Presidente da República, Filipe Nyusi, ocorrido no dia anterior. 
“Nós preparámos a retirada a partir do dia 23 e aguardámos o anúncio do Comandante em Chefe (Presidente da República) na Praça dos Heróis, para a retirada das oito posições e assim, no dia 26, nós retirámos essas últimas posições”, garantiu o ministro da defesa.
M’tumuke também manifestou a sua preocupação com as alegações da Renamo que acusa as FDS de desrespeitar as ordens do Comandante em Chefe. Por isso, propõe a criação de uma equipe conjunta, constituída por oficiais de ambas as partes e jornalistas, para confirmar no terreno a retirada das FDS. 
As declarações do ministro surgem em resposta as acusações de Dhlakama, proferidas quinta-feira, afirmando que não havia sido retirada nenhuma posição das FDS da serra de Gorongosa.
“No dia 26 apenas moveram-se duas posições das FDS, sendo uma da região de Lourenzo para a posição do posto administrativo de Canda e a posição de Nharirose para outra posição, dentro de Gorongosa”, disse Dhlakama em teleconferência a partir de Gorongosa.
“O Presidente da República anunciou ao público que no dia 26 de Junho seriam retiradas todas as oito posições, que ele chegou a enumerar os nomes, mas não foi o que aconteceu, pois não se retirou nenhuma posição da região da Gorongosa”, acrescentou. 
M’tumuke, que falava a margem da visita que o Chefe de Estado vinha efectuando a província de Sofala e que terminou este sábado, sublinhou que a retirada abrange apenas as posições “que nós ocupamos durante o teatro de operações em Gorongosa, exactamente as que constam da lista anunciada”.
Para além destas posições, segundo a fonte, a Renamo também pede a retirada das FDS em outras que não estão incluídas naquela lista, razão pela qual o ministro questiona: porque?”.
O governante afirma ainda não saber as razões que estão por detrás das afirmações do líder da Renamo.
Questionado sobre a movimentação das posições, M’tumuke disse que “isso não interessa, pois a nossa missão é garantir a segurança. A segurança da população, a segurança do território nacional”.
“Eu garanto-vos, não se preocupem em termos de segurança. Retiramos apenas as posições que tinamos ocupado durante a perseguição dos homens armados da Renamo”, reiterou M’tumuke, vincando que as posições das FDS antes da operação de busca dos homens armados da Renamo não estão contempladas no plano de retirada.
De acordo com o ministro, o líder da Renamo deveria entregar, pelo menos arma, para demonstrar a sua vontade de desarmar, “para não cairmos no mesmo erro do Acordo Geral de Roma”. 
“Ele ficou connosco e viveu durante 20 anos e ficou bem e agora corre para o mato, para fazer o que?”, questionou, sugerindo que “talvez ele tem medo dos seus homens. É um problema interno”.
O Ministro da Defesa é um dos membros do governo que integrava a comitiva presidencial que visitou a província de Tete, e que teve como ultima escala o distrito de Doa. 
(AIM)