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Ministério Público exige maior celeridade na tramitação processual

30/05/2017 07:46
Ministério Público exige maior celeridade na tramitação processual

O Ministério Público, ao nível da Cidade de Maputo, reconhece a persistência de casos de violação dos direitos humanos, alguns dos quais resultantes da morosidade da tramitação processual referente a apresentação dos arguidos presos ao poder judicial.

De acordo com a Procuradora chefe da Cidade de Maputo, Amélia Machava, isso ocorre pelo facto de a instituição que dirige funcionar apenas com uma instrução criminal junto ao Tribunal Judicial da Cidade de Maputo.
Machava, que falava na sessão de abertura do X Conselho Coordenador do Ministério Público, um evento de três dias em curso na capital moçambicana, sugeriu a criação de secções de nível distrital como forma de tentar minimizar a morosidade que se verifica na intervenção do juiz da instrução criminal, bem como nas decisões de âmbito jurisdicional durante a instrução preparatória. 
“Encontram-se destacados procuradores da república em todas as esquadras com a tarefa de debelar as situações que constituem a violação daqueles direitos”, afirmou para de seguida acrescentar “estes mecanismos não são suficientes para o derrube de todos os aspectos que concorrem para a violação dos direitos humanos”. 
Num outro desenvolvimento, Machava disse ser urgente a actuação do Ministério Público no derrube da criminalidade praticada através das plataformas cibernéticas que têm sido reportados nos últimos dias. Para o efeito, urge um maior domínio do uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs). 
Vincou que só um Ministério Público forte e afirmado como pilar fundamental do Estado de Direito será capaz de apresentar soluções claras na defesa dos interesses dos cidadãos e na realização da justiça. 
“Vezes sem conta, constatamos existir indivíduos senão organizações criminosas que praticam crimes usando as plataformas cibernéticas. Vemo-los mascarando a sua identidade usando estas plataformas para praticar delitos”, disse apontando que é de extrema urgência que o Ministério Público se prepare para combater este mal. 
Outra preocupação, prende-se com o combate ao crime organizado que, segundo Machava, hoje assume particular relevo nas fileiras do judiciário.
“O nosso combate não será suficiente se não houver o engajamento de todos actores do judiciário no combate à este fenómeno”, disse observando que “os sistemas de controlo interno devem ser reforçados, pois só a boa organização do judiciário depende a segurança jurídica da Nação”. 
O X Conselho Coordenador decorre sob o lema: “Por um MP mais Interventivo na Defesa dos Direitos Humanos e no Controlo da Legalidade”.
(AIM)