Imprensa

MITESS E ADPP assinam acordo sobre formação da juventude

23/08/2016 08:29
MITESS E ADPP assinam acordo sobre formação da juventude

O Ministério do Trabalho, Emprego e Segurança Social (MITESS) e a Ajuda de Desenvolvimento de Povo para Povo (ADPP) assinaram hoje, em Maputo, um memorando de entendimento que visa formar os jovens em cursos profissionais e implementar os programas de combate ao HIV e SIDA junto dos trabalhadores regressados das minas da África do Sul.

A ADPP, criada em 1982, forma moçambicanos, na sua maior parte jovens, em quatro sectores principais, nomeadamente Educação, Saúde, Agricultura e Energias Renováveis.
Esta Organização Não-Governamental moçambicana destaca-se na melhoria da educação básica, segurança alimentar, dos meios de subsistência nas zonas rurais, bem como da saúde da comunidade local a nível do país, através do programa de prevenção do HIV e SIDA.
O memorando de entendimento ora assinado visa ainda fornecer cursos de curta duração, com base na demanda do mercado, sobretudo nas áreas de electricidade instaladora, canalização, técnicas de venda, agricultura e pecuária, contabilidade, hotelaria e turismo.
Rubricaram o documento a secretária-permanente do MITESS, Abiba Tamele, e a directora-executiva da ADPP, Birgit Holm, um acto testemunhado pela ministra do pelouro, Vitória Diogo, e pela Presidente do Conselho de Administração (PCA) da ADPP, Ana Margarida Lemos.
O memorando de entendimento tem uma validade de cinco anos renováveis.
Falando para os presentes, momentos após a assinatura, Diogo afirmou que o memorando demonstra o quanto a cooperação entre o Governo e a ADPP pode maximizar os recursos e lograr resultados positivos, sublinhando que a responsabilidade de promover o emprego não cabe apenas ao Estado.
Diogo disse ainda que, no âmbito da parceria com as Organizações Não-Governamentais (ONGs), uma das medidas que o Executivo tomou consiste em promover mecanismos que assegurem a realização de estágios pré-profissionais, como uma plataforma para a descoberta de talentos profissionais, bem como uma oportunidade para expor os jovens a um ambiente laboral.
A governante aproveitou a ocasião para exortar a direcção da ADPP para que “crie sinergias com as mais diversas entidades afins para colocar mais jovens moçambicanos em contacto com o mercado laboral”.
Com o memorando, Diogo espera que as associações de ex-mineiros, viúvas e seus dependentes sejam capacitados em agro-processamento e pecuária, de modo que contribuam para o aumento da sua produtividade e melhoria das suas condições de vida.
Espera ainda que cerca de meia centena de formadores dos Centros de Formação Profissional do Instituto Nacional de Emprego e Formação Profissional (INEFP) actualizem seus conhecimentos em psicopedagogia, por forma a melhorar a qualidade do formado.
A ministra revelou que com o memorando de entendimento cerca de duas mil raparigas do distrito de Nacala, província de Nampula, norte do país, serão formadas nos próximos cinco anos em áreas antes consideradas como profissões masculinas.
Diogo indicou a electricidade e serralharia como alguns cursos que tem maior inclinação masculina.
Com a formação das raparigas, a ADPP vai torna-las “cidadãs relevantes na produção de bens e serviços e vai coloca-las lado a lado com os homens em termos de oportunidade de acesso ao emprego”.
Sublinhou que o memorando “abre uma nova página nas nossas relações de cooperação entre os nossos sectores, compromete-nos a juntos trabalhar para o alcance do nosso objectivo comum que é contribuir para a promoção de mais melhores empregos”.
Margarida Lemos garantiu que a ADPP vai unir sinergias para levar avante com sucesso a preparação técnica dos jovens, sobretudo nas áreas ligadas a indústria, agricultura, construção civil, de modo a que estes possam desenvolver pequenas empresas, o que constitui um dos objectivos essenciais da ONG.
A implementação de programas de combate ao HIV e SIDA, tuberculose e malária estão inscritos no memorando de entendimento, uma vez que a epidemia tem impedido que os jovens possam participar de forma activa em acções que concorrem para um futuro melhor dos moçambicanos.
“Temos também consciência de que os jovens precisam de oportunidades para se projectarem na vida laboral, construindo o seu futuro e das suas famílias, e isso passa necessariamente por serem preparados para o auto-emprego”, disse.
De acordo com Lemos, o desenvolvimento deve ser visto como um processo holístico e inclusivo que visa o bem-estar das pessoas e das comunidades, tanto em termos sócio-económicos, bem como culturais.
Antes da cerimónia, a ministra participou na exposição de actividades desenvolvidas por técnicos e docentes da ADPP.
Em 2014, aquela ONG formou 103 licenciados em pedagogia, 136 em desenvolvimento comunitário, no One World University- Instituto Superior de Educação e Tecnologia (OWU/ISET), uma instituição estabelecida pela ADPP, em 1998, e lançado oficialmente em 2008. Localiza-se no posto administrativo de Changalane, distrito de Namaacha, província meridional de Maputo.
“Estou maravilhado com a produção da instituição”, disse Diogo.
Em 2015, a ADPP investiu cerca de 24 milhões de dólares em programas e projectos, tendo sido apoiado em grande medida pelos parceiros multilaterais, a destacar a Belgian Fund for Food Security, Fondation Ensemble, Microsoft, União Europeia, Vale Moçambique, FHI 360 e o Fundo Global de Combate ao SIDA, Tuberculose e Malária.
(AIM)