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Lançada campanha de recolha de dados sísmicos no delta do Zambeze

06/10/2017 10:58
Lançada campanha de recolha de dados sísmicos no delta do Zambeze

Os trabalhos de recolha de dados sísmicos 3D no Delta do Zambeze, no centro de Moçambique, deverão arrancar em meados de Outubro corrente actividade que permitirá um maior conhecimento do potencial de hidrocarbonetos nas áreas abrangidas, contribuindo para que as companhias com contratos de concessão, para a pesquisa e produção, estejam munidas de dados fiáveis sobre o seu potencial de hidrocarbonetos.

A pesquisa será conduzida pela multinacional francesa Compagnie Générale de Géophysique (CGG), considerada líder mundial em Geociências em produtos, serviços e soluções para optimizar a descoberta e desenvolvimento de recursos naturais.

O trabalho surge na sequência do 2º concurso público para aquisição de dados geofísicos e geológicos, lançado pelo Instituto Nacional de Petróleo (INP), em 2016.
A formalização do lançamento desta campanha de recolha de dados sísmicos teve lugar hoje, em Maputo, numa cerimónia que contou com a participação de entidades moçambicanas ligadas ao ramo de petróleo e gás, representantes da CGG, bem como os embaixadores da Franca e Itália.
Espera-se que a CGG venha a posicionar um navio no local que deverá iniciar os trabalhos de pesquisa de dados, “numa tarefa que obrigará a implantação de 14 flâmulas Sercel Sentinel, cada uma com 8.850 metros de comprimento visando o registo de dados sísmicos”.
A pesquisa e os dados resultantes desse trabalho, segundo foi revelado na ocasião pela companhia francesa, vão conferir ao INP uma maior visão da geologia da região que será utilizada para os futuros licenciamentos de operadores da indústria extractiva. Também vão garantir a transferência de conhecimentos técnicos para o INP e outras instituições em Moçambique.
Falando em nome do governo moçambicano, a ministra dos Recursos Minerais e Energia, Letícia Klemens, disse que a actividade de aquisição de dados sísmicos espelha o compromisso do governo de promover o conhecimento geológico do país por forma a permitir a uma maior gestão e aproveitamento dos recursos minerais a par com a atracção de investimentos para este sector.
“Consideramos que a inclusão do empresariado nacional na cadeia de valor de exploração dos recursos minerais é fundamental para o desenvolvimento da economia nacional”, afirmou a governante.
Referiu que Moçambique detém reservas de gás natural estimadas em 200 triliões de pés cúbicos depositados na bacia do Rovuma, o que torna o país atractivo de investimento estrangeiro no domínio de pesquisa e produção de petróleo.
“De modo a definir as linhas gerais de desenvolvimento da indústria extractiva estabelecida uma política e estratégia de recursos minerais que se consubstancia, entre outros objectivos, melhorar o conhecimento do potencial petrolífero das bacias sedimentares de Moçambique e promover a participação do sector privado nacional”, explicou Klemens, realçando a importância de aquisição de dados sísmicos 3D no Delta do Zambeze para o sector.
Enalteceu o facto de a empresa que vai executar o trabalho de pesquisa de dados ter estabelecido parcerias com instituições nacionais, anotando que isto vai permitir a criação “de uma simbiose que se espera resulte numa transferência do know-how tecnológico criando, desta forma, o capital humano preparado para servir o seguimento dos serviços de aquisição, processamento e interpretação de dados.
“Acreditamos que a parceria entre a CGG e as companhias de logísticas prestadoras de serviços trará resultados positivos”, afirmou a Ministra.
Disse ainda esperar que durante o período do contrato a CGG não perca o foco do conteúdo local e trabalhe em colaboração com as empresas nacionais enfatizando as a necessidade do respeito da legislação em vigor no país, em especial no respeitante a protecção ambiental, garantindo, assim, a sustentabilidade e coexistência com outras actividades económicas desenvolvidas nas áreas em que a aquisição sísmica ocorrer.
(AIM)