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Junta/passageiros enaltecem acordo entre transportadores e Governo

29/11/2017 09:02
Junta/passageiros enaltecem acordo entre transportadores e Governo

Os passageiros interprovinciais enaltecem os transportadores e o governo moçambicano pelo acordo alcançado para o retomo das actividades de transporte de Maputo para o resto das províncias moçambicanas, depois da paralisação registada na manhã de segunda-feira.

Os transportadores paralisaram as suas actividades em protesto contra a não emissão de licenças de trabalho pelo governo.
Com efeito, o acesso ao Terminal Rodoviário Interprovincial da Junta, na cidade de Maputo, esteve bloqueado, impedindo-se, dessa forma, a saída de viaturas de transportes de passageiros para as províncias.
No entanto, nem todos os operadores estiveram envolvidos no bloqueio de saída de viaturas, mas o impacto do mesmo foi sentido por passageiros que quisessem seguir viagem para qualquer destino, pois os transportadores da rota Maputo/Inhambane bloquearam o acesso ao local, alegando que são-lhes aplicadas pesadas multas, que variam entre 10 mil e 15 mil meticais (cerca de 165 e 247 dólares norte-americanos), por falta de licenças de circulação.
Contudo, ainda na segunda-feira, foi alcançado o entendimento entre os transportadores, o governo e a Federação Moçambicana dos Transportadores Rodoviários (FEMATRO), o que culminou com o retomo das actividades de transporte.
A confusão vivida na Junta deixou os passageiros apreensivos, pois viam os seus programas comprometidos: uns tinham exames escolares, outros deviam apresentar-se ao tribunal, outros ainda alegavam ter exames médicos marcados para hoje, entre outros.
Não obstante os transportadores terem retomado o trabalho, os passageiros estavam ainda inseguros e incertos sobre como a Junta acordaria hoje.
Na manhã desta terça-feira, a AIM deslocou-se ao Terminal da Junta, para se inteirar sobre o rumo dos acontecimentos, tendo constatado que a situação voltou a normalidade. Há carros a saírem e outros a tomarem o sentido inverso. 
Vim cá tomar um autocarro para seguir viagem à cidade da Maxixe. Já adquiri a minha passagem e, em pouco tempo, estarei embarcando. Estou bastante satisfeito pelo acordo alcançado. Tinha a minha viagem agendada para ontem (segunda-feira), mas não pude partir por causa da situação que se vivia aqui: nenhum carro partia, pelo menos de manhã. Estão de parabéns todas as partes envolvidas no processo, disse Jorge Morgado, estudante universitário.
O sentimento de Morgado é também compartilhado por Ana Massingue, uma empreendedora de 48 anos de idade, que escalou a cidade capital do país para adquirir mercadoria que irá rechear o seu estabelecimento comercial no distrito de Massinga, no norte da província meridional de Inhambane. 
É uma enorme satisfação para mim. Seria muito complicado para o meu negócio ter que ficar mais alguns dias em Maputo, porque os transportadores estão em greve. O governo e os transportadores fizeram bem por resolver o problema. Teria que despender mais dinheiro na pousada a espera que a situação se normalizasse, disse.
Jordan Tamele, de 35 anos de idade, é transportador na rota Maputo/Inhambane e está também satisfeito e animado pelo acordo havido com o governo.
O operador disse à AIM que o negócio deverá vir a render muito dinheiro nos próximos tempos, dado que não terão que tirar parte das receitas para pagar multas que lhes são exigidas injustamente.
É difícil compreender por que razão o governo cobra multas por falta de licenças que não emite. Já tivemos algum acordo e já estamos a trabalhar normalmente. Foi bom o governo ter-nos ouvido. Estou neste momento a carregar e estarei a partir já. Se estou feliz [pelo acordo]? Sim, estou. É complicado ter que trabalhar só para pagar combustível e multas, afirmou a fonte.