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Insegurança condiciona crescimento económico

14/04/2016 08:47
Insegurança condiciona crescimento económico

O Presidente da Frelimo, Filipe Jacinto Nyusi, identificou, ontem, na cidade da Matola, a falta de paz efectiva como uma condicionante do crescimento económico no país, cujo comportamento aumenta o custo de vida dos moçambicanos e reduz a sua esperança.

Dirigindo-se aos membros do Comité Central reunidos desde ontem na sua V Sessão Ordinária, Nyusi afirmou que o crescimento económico se confronta com diferentes adversidades, que devem ser debatidas durante os quatro dias que o encontro deverá durar.

Acrescentou que a Frelimo tem de liderar o processo que visa contornar todos os males já identificados, sendo os membros do Comité Central os escolhidos para fazer parte deste momento, com apoio de todo o povo moçambicano.

O Presidente da Frelimo realçou que a paz e a situação económica do país foram eleitos como dois temas centrais a serem discutidos na presente sessão ordinária do Comité Central, que também se vai debruçar sobre os relatórios da Comissão Política e do Comité de Verificação do partido, bem como o plano de actividades e o orçamento de funcionamento para o presente ano.

A V Sessão Ordinária do Comité Central da Frelimo vai também deliberar sobre a realização do XI Congresso do partido. O secretariado reestruturado deste órgão irá receber, nesta sessão, o comando sobre como deve conduzir de forma inovadora, transparente e criativa o processo de preparação da reunião magna que, segundo afirmou Filipe Nyusi, definirá o futuro de Moçambique na versão clarividente da Frelimo.

Em alusão à tensão militar que se vive em zonas localizadas da região centro do país, Filipe Nyusi afirmou que o povo vive o terror e medo causados pelos homens armados da Renamo. Segundo o Presidente da Frelimo, são os homens armados da Renamo que atacam viaturas, invadem machambas, perseguem líderes comunitários e dirigentes do partido no poder, a nível da base.

Referiu-se, igualmente, às chuvas intensas, ventos fortes e descargas atmosféricas que estão a assolar o norte e parte do centro do país, bem como à seca e estiagem que afectam outra parte das regiões centro e sul, afirmando que em ambos os casos regista-se a perda de culturas e de gado, destruição de habitações e infra-estruturas diversas.

Trata-se, segundo Filipe Nyusi, de cenários calamitosos e criminosos que, apesar do bom nível de resposta do Governo, continuam a provocar o sofrimento e perda de vidas humanas e de bens. Endereçou uma mensagem de pesar às famílias que perderam os seus ente queridos e manifestou solidariedade às que perderam os seus bens.

Exortou a todos os que acompanham e se juntam à angústia dos concidadãos afectados para que continuem a dinamizar as campanhas de solidariedade com vista a mitigar o seu sofrimento.

A nível partidário, Filipe Nyusi disse que este ano a agenda de trabalho da sua direcção está virada para o reforço da disciplina interna, o que passa por uma abordagem que influencie a promoção da disciplina individual de cada membro, de forma a consolidar a colectiva nos órgãos, a diversos níveis.

Nesta disciplina partidária, disse, não é encontrado o espírito de quem é mais ou menos importante, mais ou menos influente. A meta é alimentar o exercício retomado no ano passado, de fortalecimento da coesão interna do partido, preservando, assim, os valores e os princípios da Frelimo.

O Presidente do partido Frelimo disse que ao reflectirem sobre os pontos que constituem a agenda da V Sessão Ordinária, os membros do Comité Central recordam a luta que no passado exigiu muita coragem e determinação para vencer batalhas.

“Fazemos, conscientemente, sabendo que os tempos mudaram mas o valor da nossa liberdade conquistada com sacrifício prevalece. Viemos aqui buscar a nossa inspiração, a partir do passado e reconstituir um compromisso com base em princípios de uma frente nova e comum em prol de um crescimento socioeconómico equilibrado”, disse.

Entretanto, a nova primeira-secretária da Frelimo na província de Manica, Ana Chapo, foi ontem apresentada aos membros do Comité Central pelo Presidente do partido como membro do órgão de pleno direito. Ana Chapo, que substituiu no cargo Mariazinha Niquisse, eleita secretária-geral da OMM no congresso do braço feminino da Frelimo, passa a ser membro do Comité Central por inerência de funções.

Fonte: Jornal Notícias