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Insegurança alimentar reduziu para metade na última década

21/10/2019 07:49
Insegurança alimentar reduziu para metade na última década

Moçambique deu passos significativos ao reduzir a prevalência da população sujeita a insegurança alimentar de 50 para 24 por cento nos últimos dez anos, anunciou hoje, em Maputo, o ministro da Agricultura e Segurança Alimentar, Higino de Marrule.

Contudo, o ministro adverte que ainda persistem desafios ligados ao acesso a alimentos nutritivos e resiliência aos choques climáticos que têm um grande impacto na produção agrícola a nível mundial e local.

"Por isso, as políticas do nosso governo estão orientadas para as zonas rurais como forma de alavancar o papel da mulher rural em particular dos produtores agrários duma forma geral, destas zonas que na sua maioria praticam agricultura de subsistência", disse o ministro que falava na abertura das cerimónias alusivas ao Dia Mundial da Alimentação.

Referiu que as projecções mundiais indicam que a população vai continuar a crescer de forma exponencial e que a demanda por alimentos a nível global também vai aumentar, sendo esta uma oportunidade para os moçambicanos fazerem a diferença dada as condições agro-ecológicas favoráveis a prática da agricultura.

"Para tal, gostaríamos de continuar a contar com o apoio dos nossos parceiros de cooperação e desenvolvimento na implementação de programas e projectos virados ao aumento da produção e produtividade, a promoção do agronegócio e a garantia da renda das famílias", sublinhou.

Destacou a importância da educação nutricional a todos níveis, visando promover o uso racional dos alimentos, o que implica a necessidade de adoptar as pessoas de conhecimento sobre como manter uma dieta equilibrada, quais as quantidades ideais para o ser humano em cada fase de crescimento, bem como as qualidades dos alimentos.

Por seu turno, o representante da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Hernani da Silva, disse que dados do relatório sobre o estado da segurança alimentar e nutricional no mundo, indicam que a prevalência da desnutrição permanece praticamente inalterada desde 2015.

"Como resultado, uma em cada quatro pessoas encontram-se em situação de insegurança alimentar. Mas a segurança alimentar nos nossos tempos não é apenas uma questão de quantidade, é também uma questão de qualidade e de acesso. Dietas pouco saudáveis são um dos principais factores de risco para doenças e morte em todo mundo", disse.

Fez referência que a desnutrição, a obesidade e outras formas de má nutrição que estão a crescer e projecções indicam que o número será de uma em cada duas pessoas ate 2025.

No presente ano a efeméride assinala-se sob lema "As nossas acções representam o futuro - dietas saudáveis para um mundo de fome zero".

O Dia Mundial de alimentação foi estabelecido pelos países membros na 20ª conferência da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, em reconhecimento da importância que a alimentação desempenha no desenvolvimento humano.
(AIM)