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Há saídas para baixa de preços das matérias-primas

17/05/2016 08:45
Há saídas para baixa de preços das matérias-primas

Moçambique pode minorar o impacto que a redução dos preços das matérias-primas no mercado internacional tem na sua economia, se apostar na transformação e consumo interno dos seus recursos naturais. Esta foi a tónica das intervenções feitas ontem, em Maputo, durante o Seminário sobre o Impacto da Redução dos Preços das Matérias-Primas Minerais no 

Desenvolvimento Sustentável de Moçambique, que juntou o Governo, operadores do sector e representantes da sociedade civil.

O preço do carvão térmico, por exemplo, caiu de 120,00 dólares, em 2008 para cerca de 60,00 dólares por tonelada actualmente, enquanto o metalúrgico baixou de 300,00 dólares em 2011 para níveis abaixo de 100,00 dólares a tonelada em 2015.

O mote do seminário foi o reconhecimento de que a queda dos preços das matérias-primas tem criado prejuízos e constrangimentos para as empresas e Governosem países como Moçambique.

Segundo Isaque Chande, Ministro da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, que interveio na abertura do encontro, cresce no país o debate sobre a transformação estrutural da economia, de modo a reduzir a exportação de matéria-prima, baixando, consequentemente, a sua exposição a choques externos.

“Esta crise económica é, no geral, um fenómeno temporário, embora seja difícil prever-se com exactidão quando termina. As nossas acções devem ser sustentadas numa visão de longo prazo que permita a continuidade das actividades das empresas, mesmo em períodos difíceis”, frisou o ministro.

Um diagnóstico apresentado por Eugénio Simbine, director nacional de Planificação e Cooperação no Ministério dos Recursos Minerais e Energia, refere que as empresas são desafiadas a fazerem restruturação dos custos, culminando às vezes em prejuízos financeiros ou até na redução de mão-de-obra.

“Este impacto é extensivo aos Governos dos países proprietários dos recursos, que vêem as suas receitas reduzidas e expectativas de crescimento económico comprometidas”, disse Simbine.

Como alternativa defende-se que, no caso do carvão, o país precisa ponderar o seu consumo interno, tanto para a geração de energia e produção de briquetes (combustível sólido feito a partir de resíduos sob pressão e temperatura elevadas), como para a indústria do aço.

Em relação ao gás natural há a percepção de que, além da exportação, este hidrocarboneto oferece um leque de alternativas de uso, devendo ponderar-se as mais viáveis para o país.

Por seu turno, a coordenadora-residente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Márcia de Castro, defendeu a diversificação como saída para proteger a economia de choques do mercado internacional.

Fonte: Jornal Notícias