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Governo exige melhoria da qualidade na divulgação científica

08/06/2017 07:50
Governo exige melhoria da qualidade na divulgação científica

O Governo defende que se deve ampliar e melhorar mais a qualidade da divulgação científica, visando promover uma cultura que contribua para a solução de vários problemas que assolam a sociedade moçambicana.

Este posicionamento foi expresso hoje, na Cidade de Xai-Xai (sul de Moçambique), pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico Profissional (MCTESTP), Jorge Nhambiu, na abertura das 10ªs jornadas científicas e Tecnológicas de Moçambique e quartas regionais.
Nhambiu apontou que existem muitos projectos que já foram investigados e que podem melhorar, de forma significativa, a capacidade produtiva das populações que, segundo o ministro, são consideradas as reais usuárias, porém estas não têm o devido acesso porque os mesmos ficam “arquivados” apenas nos anais.
Para inverter este cenário, Nhambiu disse ter chegado a altura para se sair do fórum e ir à população para resolver os seus problemas.
“A metodologia que foi desenvolvida em reter água em regiões secas, a que foi desenvolvida em filtrar a água, onde a mesma não tem qualidade, a que foi feita para combater alguns tipos de pragas devem chegar às comunidades para que possam fazer o seu uso”, defendeu o governante.
O ministro fez menção às propostas de projectos de investigação para financiamento, submetidas durante a nona chamada, (Abril passado) ao Fundo Nacional de Investigação (FNI), como estando alinhadas às áreas prioritárias definidas pelo Governo, uma vez que destacam a agricultura, energia, infra-estruturas e turismo.
Nhambiu vincou que os referidos projectos submetidos para o financiamento, devem procurar trazer soluções de forma clara e objectiva a problemas específicos, através da geração de novo conhecimento e de tecnologia adequada.
“Estes projectos devem ter impacto a curto ou médio prazos para a maioria da população rural, em termos de melhoramento das suas condições de vida, segurança alimentar, aumento do rendimento ou diversificação das estratégias para a sua sobrevivência”, sublinhou.
A directora executiva do FNI, Vitória Langa, desafiou aos investigadores a trazer soluções através da produção do novo conhecimento que dinamizem o aumento da produção e da produtividade, factores que considera como cruciais para a redução do índice da pobreza no país.
“Estas jornadas são uma plataforma para que os investigadores tenham o momento de divulgar o novo conhecimento e trocar experiências de trabalhos científicos que estão sendo produzido nas nossas instituições de investigação, de Ensino Superior e nas empresas”, disse a directora do FNI.
As décimas jornadas científicas e tecnológicas de Moçambique e 4ªs regionais foram organizadas pelo FNI, em coordenação com a Direcção Provincial da Ciência e Tecnologia de Gaza.
Neste evento foram recebidos mais de 173 trabalhos, dos quais, 93 resumos foram aprovados para a apresentação, com enfoque nas áreas da agricultura, construção, energia, saúde, etnobotânica, sustentabilidade ambiental, entre outras.
Nos últimos dois anos, o FNI financiou 99 projectos, dos quais 55,6 por cento na área da investigação e 44,4 por cento, em inovação e transferência de tecnologias. Maior parte da investigação está sendo aplicada no sector da agricultura, estabelecido pelo Governo como sendo prioritário para o desenvolvimento socioe-conómico.
Em Julho próximo, nove investigadores moçambicanos poderão deslocar-se à Alemanha com vista a finalizar os últimos trâmites de desenvolvimento de projectos conjuntos.
O evento de dois dias decorre sob o lema “Fazer da Investigação Científica, Inovação e Transferência de Tecnologias, factores dinamizadores do desenvolvimento socioeconómico” e conta com a participação de investigadores das províncias de Manica, Sofala, Inhambane e da Cidade e Provincia de Maputo.
(AIM)