Governo descarta agravamento do pão
O Governo moçambicano descarta a possibilidade de uma nova subida de preço do pão, num futuro próximo, contrariando deste modo a pretensão de alguns panificadores.
Esta posição foi expressa segunda-feira pelo Ministro da Indústria e Comércio, Max Tonela, durante uma visita de trabalho ao distrito da Moamba, província de Maputo, onde se reuniu com agricultores e agentes económicos.
“Continuamos a trabalhar na gestão do preço do pão. O objectivo daquilo que temos estado a fazer junto dos panificadores é evitar que o preço volte a subir em pouco tempo. Para já, não prevemos nenhum aumento”, afirmou Tonela, falando a jornalistas no término de uma visita ao mercado grossista do Zimpeto, na capital moçambicana, duas associações de agricultores e três unidades privadas de produção agrícola na Moamba.
Segundo a AIM, o ministro explicou que no mais recente encontro que manteve com os principais intervenientes e parceiros do Executivo na produção do pão “tivemos a garantia que ainda há espaço para se manter os actuais preços deste alimento”.
O governante explicou ainda que do trabalho realizado com a Associação Moçambicana dos Panificadores (AMOPAO), concluiu-se que ainda existe espaço no mercado para se adquirir o saco de trigo, de 50 quilogramas, ao preço de 1000,00 meticais no mercado, contra os cerca de 1290,00 aplicados por algumas moageiras (um dólar equivale a cerca de 50 meticais ao câmbio corrente).
Segundo Tonela, o Governo está a envidar esforços no sentido de coordenar com as associações de defesa do consumidor, para proteger os cidadãos, através da introdução de medidas que garantam uma relação justa entre o preço e o peso do pão.
Uma das medidas consiste na instalação de balanças para aferir o peso real do pão comercializado nas padarias.
O último agravamento do preço do pão ocorreu em Outubro do ano transacto. Nessa altura, o pão de 250 gramas passou de seis para 7,50 meticais. O de 200 gramas subiu de 4,5 para seis e o de 150 gramas passou de três para 4,50 meticais.
Em Março, o presidente da AMOPAO veio a público afirmar que o preço do pão seria agravado caso não fossem identificadas alternativas para contornar a subida do preço das matérias-primas no mercado internacional.
O pão é um dos produtos básicos cuja subida de preço gera focos de tensão social no país.
Moçambique gasta anualmente vários milhões de dólares norte-americanos na importação de cereais. A maior parte desta fatia vai para o trigo que o país praticamente importa na totalidade.
Fonte: Jornal Notícias