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Governação virada à transformação da agricultura

13/09/2016 09:52
Governação virada à transformação da agricultura

O Presidente da República, Filipe Nyusi, reitera que o novo ciclo de governação em Moçambique está determinado a abrir um amplo espaço para o incremento da produtividade agrícola, através do uso de novas tecnologias e ampliação dos acessos ao crédito, as infra-estruturas, aos mercados e a assistência técnica.

A ofensiva da nova liderança na transformação da agricultura tem como principais alvos o sector privado e familiar, assim como os investidores nacionais e estrangeiros, de acordo com o Chefe de Estado que discursava na abertura hoje do I Fórum Internacional dos Empresários dos Sectores Agrário e Pesqueiro, um evento em curso na Vila de Gondola, província central de Manica.
No encontro de dois dias, que decorre sob o lema “Moçambique Criando Riqueza: Parcerias e Sinergias nos Sectores Agrário e Pesqueiro”, Nyusi apontou, como exemplo, que o sector agrário no país contribui com 25 por cento ao Produto Interno Bruto (PIB) e constitui a fonte de subsistência para 90 por cento das mulheres moçambicanas.
Das cerca de 4,2 milhões de explorações agrícolas no país, 98,9 por cento são pequenas que empregam 5,7 milhões de pessoas, correspondente a 72 por cento da mão-de-obra total. 
Os indicadores, segundo o estadista moçambicano, explicam claramente o papel das Micro, Pequenas e Médias Empresas e das mulheres na produção alimentar, operando muitas vezes no quadro da economia informal.
No entanto, os resultados modestos obtidos pelos pequenos produtores têm correlação com o contexto marcadamente desfavorável em que operam. Explicou que isso deve-se ao facto de um número inferior a quatro por cento usar fertilizantes, menos de cinco por cento pesticidas e apenas 10 por cento sementes melhoradas.
Segundo o presidente, somente quatro por cento utilizam sistemas de mecanização agrícola; menos de seis por cento têm acesso ao crédito; cerca de nove por cento tem acesso aos serviços de extensão agrária e apenas 25 por cento vendem regularmente a sua produção no mercado.
“Moçambique Criando Riqueza: Parcerias e Sinergias nos Sectores Agrário e Pesqueiro”, não deve ser apenas um lema teorizado em função dos apetites intelectuais dos que todos os dias devem fazer tudo para que o sector mude em função do desiderato da maioria.
Para nós, reflecte a mais profunda expressão de que é incontornável a aposta nas parcerias e sinergias entre os agentes económicos e destes com o sector público”, disse Nyusi, anotando que reforça igualmente a convicção de que juntos, e com uma visão comum, é possível, mais facilmente, cumprir a agenda de desenvolvimento do país.
Momento como o primeiro fórum internacional, de planificação, reflexão e acção colectiva, de pequeno, médio e grande produtor, idos de todo o país, constituem, segundo Nyusi, é uma oportunidade impar para uma discussão desapaixonada sobre os dilemas, desafios e oportunidades do sector empresarial agrário e pesqueiro, na sua multidimensionalidade.
O fórum de Gondola congrega agentes económicos, instituições públicas de fomento do sector agrário e pesqueiro, de pesquisa, educação, instituições privadas envolvidas na cadeia de valor, ligadas à provisão de insumos, ao financiamento e à comercialização, bem como operadores vinculados à indústria agrária e pesqueira e parceiros de cooperação. 
“Este mosaico denso de instituições aqui representadas, que por definição estão ligadas ao desenvolvimento agrário e pesqueiro, é uma expressão concreta de que o desenvolvimento das áreas rurais está no centro da nossa acção governativa”, ressaltou o presidente.
Todavia, Nyusi disse que o país tem ainda um vasto caminho a percorrer para alcançar os índices ideais de produtividade e competitividade nos vários sectores, muito em particular na componente de produção de alimentos para substituir as importações, na produção de matérias-primas em quantidade e qualidade visando dinamizar a indústria, bem como incrementar as exportações. 
O desiderato comum, segundo o presidente, é tirar o país do mapa da fome e da pobreza e, para o efeito, tudo tem que ser feito para sair da vergonha de ter um país que tudo pode dar, mas que os seus residentes não propiciam. 
Nyusi acrescentou que a agricultura, pecuária, florestas, pescas, piscicultura e aquacultura devem liderar o processo económico de transformação estrutural a que o seu executivo se propôs empreender.
O encontro de Manica conta com a participação de quadros seniores do governo, sector privado, produtores, investidores entre outras individualidades dos sectores afins.
(AIM)