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Frango e ovos devem deixar de ser luxo para famílias moçambicanas

09/12/2016 07:39
Frango e ovos devem deixar de ser luxo para famílias moçambicanas

O Presidente da República, Filipe Nyusi, diz que, até 2019, as famílias moçambicanas não devem continuar a encarar a carne de frango e ovos como um luxo, mas sim como alimentos que fazem parte da rotina da sua dieta alimentar.

Até 2019, na dieta alimentar das famílias moçambicanas, consumir carne de frango ou ovos não deve ser um luxo apenas reservado para os dias de festa ou quando se recebe visitas. O frango e o ovo devem fazer parte da rotina da dieta alimentar das nossas famílias”, afirmou Nyusi.
O Chefe do Estado falava hoje, no distrito de Rapale, província nortenha de Nampula, na sessão de abertura do seminário nacional, de um dia, dos actores chave da cadeia de valor de produção de frango.
As projecções avançadas pelo próprio Presidente indicam que em 2019 as necessidades de consumo de frango, a nível nacional, estarão na ordem das 96.863 toneladas (ano) e, nessa altura, “estaremos a produzir para satisfazer a procura interna e quiçá a exportar para outros países”. 
Actualmente, a produção situa-se nas 75 mil toneladas. “Ainda assim, a produção contínua insuficiente para cobrir as necessidades de consumo interno”, disse Nyusi, acrescentando que é obrigação do Governo, e não só, trabalhar afincadamente para que todas as famílias tenham acesso fácil, a preços competitivos, nutrientes de frango e seus derivados.
O estadista manifestou preocupação pelo facto de mais de 1,5 milhões de moçambicanos ainda viverem em situação de insegurança alimentar e nutricional. 
No seu discurso intitulado “o imperativo de estimularmos a produção nacional do frango, para sermos auto-suficientes e substituirmos as importações”, Nyusi disse que o sonho ‘e colocar Moçambique na prestigiada lista dos maiores produtores de frango no mundo, onde pontificam os Estados Unidos da América, Brasil, China, Tailândia, entre outros.
“Por outras palavras, estamos a dizer, de forma inequívoca, que devemos aumentar drasticamente a produção para acabarmos com a importação de frango dentro do presente ciclo de governação (2015/19)”, referiu.
O Presidente falou dos factores críticos que afectam negativamente a estrutura da produção avícola no país, caso dos elevados custos de produção que ditam o preço de venda ao consumidor final; o contrabando na importação do frango; a baixa capacidade produtiva para o estabelecimento do mercado nacional; a fraca capacidade de oferta que obriga a se importar com o objectivo de suprir a demanda nos períodos de défice; a existência de poucos matadouros profissionais que possuam meios de conservação para grandes quantidades; a reduzida disponibilidade da matéria-prima para a produção de rações; entre outros.
Perante esta realidade, Nyusi garantiu que o governo tem estado a introduzir medidas e políticas de incentivo com vista a estimular o sector agrário no geral e, de forma particular, beneficiar e proteger a indústria avícola nacional.
Entre as medidas e políticas de incentivo, destacam-se a isenção do IVA na importação de matérias-primas para o fabrico de rações destinadas a alimentação de animais de reprodução e de abate; implementação de mecanismos de controlo de importação do frango através do sistema de quotas concedido a alguns importadores; adopção e implementação de mecanismos de financiamento `a cadeia de valor, através da introdução de linha de crédito da avicultura que visa financiar pequenos produtores, entre outras. 
Há dez anos, a produção avícola no país era de menos de seis mil (6.000) toneladas.
Ainda hoje, o estadista moçambicano vai lançar uma brochura sobre as orientações presidenciais “Agricultura Missão 2016/17”, ocasião em que também serão dadas a conhecer as boas práticas na avicultura em Moçambique e reconhecidos os avicultores exemplares.
Sexta-feira, Nyusi vai inaugurar uma fábrica de processamento de castanha de caju; encerrar cursos na Academia Militar Marechal Samora Machel e manter um encontro com líderes comunitários.
(AIM)