Financiamento do BAD atingirá 1,3 bilião USD
O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) anunciou ontem, em Maputo, o aumento do nível de assistência financeira a Moçambique para 1.3 bilião de dólares norte-americanos a partir deste ano até 2017.
Neste momento, o BAD está a financiar em Moçambique uma carteira constituída por 19 projectos nas áreas dos Transportes, Energia e Saneamento, totalizando 585 milhões de dólares.
A notícia foi dada por Akinwumi Adesina, Presidente do BAD, no final da audiência concedida pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, no âmbito da visita que está a efectuar a Moçambique, tendo como pano de fundo a discussão com as autoridades moçambicanas de possíveis áreas de cooperação em sectores-chave, como Energia e Segurança Alimentar.
Na ocasião, Akinwumi Adesina explicou que o dinheiro deverá ser destinado fundamentalmente para o desenvolvimento da agricultura, como forna de melhor aproveitar o potencial agro-ecológico de que Moçambique dispõe.
“Acredito que pelas potencialidades que possui Moçambique devia ser o celeiro da África Austral. Nós vamos ajudar Moçambique a diversificar a sua economia e a tornar-se numa potência agrária, através do desenvolvimento dos seus corredores agrários, com destaque para os corredores de Nacala, Beira e Zambeze”, afirmou Adesina.
O BAD prontifica-se igualmente a ajudar o país a potenciar as suas capacidades de geração de energia eléctrica, não só para o consumo interno como também para alimentar alguns países da região, como a Zâmbia e o Malawi, que actualmente enfrentam uma grave crise.
Em resposta a uma preocupação apresentada pelo Presidente Filipe Nyusi, o BAD irá ajudar Moçambique a criar projectos de geração de emprego para os jovens.
Fora os valores anunciados para o período 2016-2017, o BAD vai desembolsar 15 milhões de dólares para ajudar o país na mitigação dos efeitos da seca e cheias.
“Felicitei o Governo de Moçambique pelo desempenho económico que tem registado. Em 2015 cresceu em 6,3 por cento. Há quem possa dizer que este crescimento não satisfaz, mas é preciso recordar que a média mundial é de 3,3 por cento”, frisou.
Entretanto, para além do Chefe do Estado, durante a sua visita a Moçambique, o Presidente do BAD deverá manter contactos de trabalho com os ministros da Economia e Finanças; dos Recursos Minerais e Energia; da Agricultura e Segurança Alimentar; e de Terras, Ambiente e Desenvolvimento Rural; assim como com o governador do Banco de Moçambique e o Presidente do Conselho de Administração da Electricidade de Moçambique.
Desde o início das suas operações em Moçambique, em 1977, o Grupo BAD já contribuiu com aproximadamente dois biliões de dólares para 95 operações. Pouco mais da metade destes fundos foi alocada aos sectores dos Transportes e da Agricultura.
Fonte: Jornal Notícias