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Executivo mobiliza apoios para afectados pela seca

05/04/2016 08:06
Executivo mobiliza apoios para afectados pela seca

O Número de pessoas que necessitam de assistência alimentar nas regiões centro e sul do país subiu de cerca de 315 mil em finais de 2015 para cerca de 1,5 milhão triados este ano pelo Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC).

O aumento do número de afectados pela insegurança alimentar e nutricional ultrapassa, de longe, a previsão que se tinha de até Junho próximo haver pouco mais de 375 mil pessoas necessitando de alimentos, água e sementes, mas continua dentro do cenário mais severo esperado em consequência da falta de chuvas no centro e sul do país. 

De facto, as estatísticas do INGC feitas em face da previsão de que as províncias do centro e sul do país registariam pouca precipitação durante a época chuvosa de até Março último indicavam que no cenário mais severo de todos poder-se-ia ter 1.8 milhão de afectados por assistir.

Os dados ontem apresentados em Maputo pelo director-geral do INGC durante uma reunião de concertação com os principais parceiros indicam que Tete, Sofala e Gaza são as províncias mais preocupantes com 334.415, 329.022 e pouco mais de 282 mil pessoas, respectivamente, precisando de apoio alimentar urgente. Seguem Zambézia, com 254.379, Inhambane, 129.827, Maputo, 12.960, e Manica com 92 mil afectados pela falta de comida devido a seca.

Entretanto, o director João Osvaldo Machatine ressalvou que ainda decorre o levantamento dos dados na Zambézia, pelo que os actuais 254.379 necessitados de ajuda alimentar poderão ser muito poucos em relação à realidade no fim da contagem agora em curso.

Falando à Imprensa no final do encontro, o director Machatine disse que neste momento se precisa de 103 milhões de dólares norte-americanos para assistência alimentar e nutricional dos cerca de 1.5 milhão de afectados, e no contacto de ontem, que foi o primeiro, os parceiros mostraram-se disponíveis para, dentro das janelas possíveis de apoio, dar a sua mão.

As respostas concretas do envolvimento de cada um dos parceiros deverão ser dadas num prazo não superior a uma semana, mas a agências Japonesa de Cooperação Internacional (JICA), Americana para o Desenvolvimento Internacional (USAID), a Itália e o Programa Mundial de Alimentação (PMA) já garantiram prestar algum apoio. Aliás, o PMA comprometeu-se em prestar apoio alimentar a cerca de 700 mil pessoas durante os próximos 12 meses, segundo João Machatine.

Contas feitas para as sete províncias indicam que mensalmente se precisa de 13 mil toneladas de cereais diversos e duas mil de feijões para os afectados, o que custa mais ou menos 13 milhões de dólares norte-americanos aos cofres do INGC e respectivos parceiros.    

Fonte: Jornal Notícias