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Estado deverá pagar 28 milhões de meticais para recuperar material retido por tripulantes da psd-2

01/11/2017 09:41

O valor é referente ao tempo durante o qual o material do INAHINA esteve no barco, segundo o director dos Transportes e Comunicações de Sofala, Hélcio Cânda, depois de manter encontro com cinco marinheiros e agentes do ISS Moçambique que têm estado a reivindicar o pagamento de salários na Beira.

De acordo com Cânda, citado hoje pelo Diário de Moçambique, o pagamento deste valor saiu da negociação que o Governo manteve com o dono da embarcação como forma de libertar o barco e os tripulantes. O INAHINA ignorou o apelo do agente ISS Moçambique para retirada do material de forma a deixar livre o navio dias antes de coincidir com os problemas dos marinheiros.

Entretanto, a partir hoje, cada um dos cinco tripulantes do navio do tipo rebocadora PSD-2, com a matrícula 5IM-675, que desde Abril está atracado junto ao Cais Manarte, na Beira, poderá receber 10.524 dólares norte-americanos referentes ao tempo em que o rebocador esteve ao serviço do INAHINA.
Cânda explicou que a instituição que dirige conseguiu aproximar as partes para a elaboração das folhas de salários, que o dono do rebocador havia exigido para devidos pagamentos.
Na quinta-feira passada, Hamid Perhayati, proprietário da embarcação, que neste momento encontra-se no Irão, honrou com o compromisso.
O dono da embarcação respondeu positivamente à pressão do Governo. Aceitou pagar a cada tripulante 10.524 mil dólares referentes ao tempo que a embarcação esteve ao serviço do INAHINA. O pagamento poderá ser no Irão porque foi lá onde foi elaborado o contrato, disse.
Ele disse que o agente da ISS Moçambique deverá garantir que os valores cheguem aos seus destinatários.
O valor foi transferido para uma conta do banco Barclay. Garanto que até terça-feira (hoje), cada tripulante receberá sua parte, afirmou.
Quanto ao transporte aéreo e alimentação que os tripulantes exigem, Cânda disse que depois que os marinheiros receberem os seus ordenados a responsabilidade passa a ser individual.
De acordo com o dono da embarcação, depois que os marinheiros receberem os seus ordenados devem deixar o Porto da Beira, o mais tardar até quarta-feira para o Irão. O Governo já fez a sua parte, disse.
Contudo, o capitão da embarcação, Asmael Alsarwt, que falou à imprensa, em representação dos cinco companheiros, disse ter saído do encontro decepcionado pelo facto de parte das suas revindicações não terem sido satisfeitas.
O Governo não honrou com o combinado. Ficou acordado que deveria pressionar o dono da embarcação a pagar os salários atrasados referentes a um ano, compra de passagem aérea para regressarmos ao Irão e mantimentos durante a viagem. Mas pelo que aconteceu, foi apenas garantido o pagamento dos 10 mil dólares que para nós não significam nada. Estamos tristes, disse.
O director provincial dos Transportes e Comunicações de Sofala havia determinado que se até sexta-feira (semana passada), não houvesse resposta clara do montante que o proprietário da embarcação poderia pagar, levaria o caso a procuradoria em Sofala.
Os cinco tripulantes, Asmael Alsarwt, o capitão da embarcação de nacionalidade Síria, Seyed Nasr Soltan Nasr, Iraniano, o chefe de máquina, Mohammad Jahangir Alam, do Bangladesh, Vel Raja e Amba Mani, ambos de origem indiana, ficaram abandonados no porto da Beira, desde Abril do ano em curso.
Eles já ameaçaram suicidar-se ou explodir o navio com os mesmos a bordo caso continuasse a situação de falta de alimentos, água, medicamentos e entre outras necessidades em que se encontravam.
O grupo chegou até a acampar-se nas instalações da Administração Marítima, de forma a pressionar o Governo moçambicano a resolução das revindicações.