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Enfermeiros desafiados a resgatar boas práticas sanitárias

16/09/2016 07:52
Enfermeiros desafiados a resgatar boas práticas sanitárias

A Ministra da Saúde, Nazira Abdula, aponta o resgate das boas práticas em enfermagem como um dos maiores desafios ao sector da saúde, que pode ajudar a minimizar a insuficiência de recursos humanos.

No entanto, esse desafio, segundo Abdula, só será alcançado com a mudança de atitude e comportamento dos profissionais de saúde em geral e dos enfermeiros em particular.
A titular da pasta da saúde fez o reparo durante a sessão de abertura da reunião para Reflexão sobre a Enfermagem em Moçambique, um evento de um dia, que congrega quadros directivos de unidades sanitárias (hospitais centrais e provinciais), das instituições de formação, sociedade civil, para reflectir sobre a qualidade da assistência médica.
Graças ao esforço empreendido pelo governo, o país conta actualmente, segundo a ministra, com um total de 12.608 enfermeiros dos quais 42 por cento são de saúde materno infantil e os outros 58 por cento de enfermagem geral. Deste universo, 40 por cento estão afectos aos cuidados primários. 
“Apesar destes números, ressentimo-nos com a problemática de insuficiência de recursos humanos de enfermagem o que em muitas situações tem resultados na sobrecarga dos que já se encontram nas nossas unidades sanitárias, e pode condicionar a qualidade de assistência aos nossos pacientes”, reconheceu a ministra.
A classe de enfermagem representa a força de trabalho específica mais numerosa no Sistema Nacional de Saúde e o coração do sector. Ao longo dos anos, tem dado um grande contributo na gestão e prestação de cuidados de saúde nas unidades sanitárias. 
Abdula reiterou que a melhoria das condições de trabalho dos funcionários do Estado, em particular da enfermagem, é uma aposta do Ministério da Saúde (MISAU), que deve ser consubstanciada com o espírito de profissionalismo que tem de ser cultivado pelos quadros do ramo da enfermagem.
O profissionalismo, na óptica da governante, passa necessariamente pelo aumento do pessoal, desenvolvimento da carreira no que respeita a formação inicial e as respectivas especialidades de enfermagem. 
Segundo Abdula, a reunião que decorre sob o lema “Reflexão sobre a Enfermagem em Moçambique: Da Realidade aos Desafios Futuros” deve problematizar a enfermagem no país e propor estratégias para garantir cuidados qualitativos aos doentes, envolvendo os enfermeiros, gestores, associações profissionais e a sociedade civil.
A carreira da enfermagem no país vem desde os primórdios do tempo colonial, com a formação de enfermeiros gerais e auxiliares do ramo. Logo após a independência nacional, com a fuga de quadros coloniais, houve necessidade de formar massivamente enfermeiros para suprir as necessidades do país.
Os primeiros cursos foram de nível elementar com a duração de um ano, como forma de responder a demanda em pouco tempo. A seguir foram introduzidos cursos de enfermagem A/B em 1985. 
Por volta de 1990, foi introduzido o curso de enfermagem geral, correspondente ao nível médio com a eliminação da formação de quadros elementares. Em 1998, através do ensino privado, o país introduziu o curso superior de enfermagem, já em 2004, foi criado o Instituto Superior de Ciências de Saúde.
A medida permitiu incrementar o curso superior de enfermagem de forma sequenciada até aos dias que correm. A evolução permitiu prover as unidades sanitárias de mais enfermeiros e cada vez mais qualificados.
(AIM)