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Dia da paz momento de reflexão para uma paz efectiva

05/10/2016 07:45
Dia da paz momento de reflexão para uma paz efectiva

 O Presidente da República, Filipe Nyusi, defende que a passagem hoje dos 24 anos da assinatura do Acordo Geral da Paz entre o Governo e a Renamo, maior partido da oposição, deve constituir momento de reflexão para o alcance duma paz efectiva no país.

O chefe do Estado falava hoje, por ocasião do Dia da Paz, momentos após depositar uma coroa de flores na Praça dos Heróis Moçambicanos, em Maputo.
“No lugar de estarmos em celebração, estamos mergulhados num momento de reflexão”, disse Nyusi, acrescentando que o acordo assinado, há 24 anos, tinha como objectivo buscar caminhos para se solucionar inquietações atinentes às divergências ideológicas. 
Segundo Nyusi, a guerra, alem de matar pessoas e destruir bens, contribui negativamente para o desenvolvimento do país, daí que - sublinhou - não há necessidade de se retornar a um novo conflito. 
“A paz é, para nós, o condimento mais importante para a persecução de todos os projectos de desenvolvimento económico e social do nosso país”, afirmou o estadista, adiantando que “ não podemos continuar a buscar justificativa para matar a esperança do povo moçambicano”. 
“Reitero o compromisso de continuar a trabalhar para que o povo moçambicano não tenha receio de visitar os seus familiares, de desenvolver as suas actividades e de percorrer distâncias ao longo do nosso país”, acrescentou.
“Mesmo estando evidente que a Renamo não quer a paz, não podemos nos cansar de demonstrar o nosso repúdio pela matança dos nossos compatriotas”, disse o chefe do Estado, para quem a única saída para o actual conflito reside no diálogo.
A paz efectiva foi abordada pelo Presidente Nyusi na noite de segunda-feira, no encerramento da 10/a Conferencia Nacional de Quadros da Frelimo, Partido no poder.
Na sua qualidade de Presidente da Frelimo, Nyusi disse aos membros, militantes e simpatizantes do Partido que continua o desafio de devolver o sossego e tranquilidade ao povo mocambicano.
'A paz e' patrimonio colectivo e interesse supremo de todos, por isso exortamos a todos a repugnar toda a accao atentatoria a paz alcancada com enorme sacrificio', afirmou, acrescentando que 'temos a responsabilidade de trazer a paz de volta'.
Por sua vez, o Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário, disse que a passagem do Dia da Paz constitui, igualmente, uma ocasião de reflexão para que se encontre mecanismos de se ultrapassar a actual crise económica que o país atravessa. 
“Celebramos um momento de paz, mas somos convidados a pensar em como sair desta crise”, afirmou Do Rosário, adiantando que as medidas de contenção adoptadas pelo governo são, na verdade, formas de minimizar a crise económica.
O Acordo Geral de Paz foi assinado em 1992, em Roma, pelo então Presidente de Moçambique, Joaquim Chissano, e pelo líder da Renamo, Afonso Dlakhama, após conflito militar que durou 16 anos, ceifando cerca de um milhão vidas. 
Entretanto, a Comissão Mista, que tem a missão de preparar o encontro ao mais alto nível entre o Presidente da República, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, suspendeu, temporariamente, o diálogo político, devendo retomar a 10 de Outubro do corrente ano.
(AIM)