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Crise não se resolve isoladamente

23/08/2016 08:15
Crise não se resolve isoladamente

O Presidente da República, Filipe Nyusi, defendeu hoje, na cidade da Beira, a capital da província central de Sofala, que a crise económica e financeira com que o país se debate nunca se pode resolver de forma isolada, mas através de uma conjugação de uma série de acções nesse sentido.

O Chefe do Estado moçambicano falava à imprensa, momentos depois de inaugurar algumas unidades económicas, incluindo uma fábrica de cimento e outra de processamento de feijão ‘bóer’, no quadro da visita de trabalho de quatro dias a esta província.
Antes, Nyusi visitou uma fábrica de processamento de pescado (PescaMOZ), localizada no Porto da Beira, e inaugurou, no mesmo recinto, a unidade Terminal de Triagem de Camiões, acto que teve lugar no final da tarde, depois de, pela manhã, ter escalado o distrito de Machanga e ter orientado uma sessão extraordinária do governo provincial, alargada aos administradores distritais, presidentes dos conselhos municipais e outros quadros.
“A crise não se pode resolver isoladamente. Uma série de coisas devem ser desencadeadas e uma delas é esta”, afirmou Nyusi, numa referencia as unidades económicas que acabava de visitar e inaugurar.
Realçou que nas visitas que vem efectuando pelo país tem transmitido, à população, uma mensagem de apelo ao aumento da produção, “mas isso implica uma cadeia de actividades”.
Segundo o estadista moçambicano, a mensagem de sensibilização para o aumento da produção está a ser compreendida, mas surgem problemas que tem a ver, por exemplo, com o acesso ao mercado, armazenamento, processamento, entre outros. 
Neste contexto, Nyusi afirmou que as unidades fabris ora inauguradas integram essa cadeia de valor e são parte da solução dos problemas do país.
“E' extremamente importante completar o nosso discurso de apelo a produção, colocando a fábrica que transforma, a armazenagem e o próprio mercado”, afirmou
Aliás, no comício que orientou na vila-sede do distrito de Machanga, cerca de 400 quilómetros da cidade da Beira, o Presidente da República focalizou a sua mensagem na necessidade de aumento da produção como forma de fazer face ao elevado custo de vida que afecta não só a população daquele ponto do país, mas também todo Moçambique e o mundo, em geral.
Uma das preocupações colocadas ao Chefe de Estado pela população de Machanga foi a fome, resultante da fraca colheita na campanha agrária ora em curso, devido a estiagem, mas também a insegurança provocada pelos ataques armados da Renamo, sendo a província de Sofala uma das mais afectadas.
Sobre a produção, Nyusi desafiou a população a preparar, o mais cedo possível, a próxima campanha agrária pois há previsões dos serviços meteorológicos de ocorrência de chuvas normais.
“Comecem agora a preparar as vossas machambas. O elevado custo de vida deve-se a fraca produção. Por isso não queremos que uma família chore de fome enquanto chover. Vamos trabalhar”, exortou Nyusi, vincando haver condições para Machanga poder se desenvolver.
Quanto a tensão militar, o Presidente Nyusi reiterou a disponibilidade do governo em tudo fazer para o alcance da paz e apelou a população para rejeitar quaisquer acções que atentem contra a estabilidade do país.
“O governo vai continuar a defender a população”, garantiu o Chefe de Estado que terça-feira, segundo dia da sua visita a Sofala, escala os distritos de Marromeu e Caia, onde irá orientar comícios populares e visitar unidades socio-económicas.
(AIM)