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Corrupção cancro que emperra o desenvolvimento - Nyusi

16/10/2017 09:56
Corrupção cancro que emperra o desenvolvimento - Nyusi

O Presidente da República, Filipe Nyusi, diz que a corrupção é um cancro que dizima a sociedade e emperra o desenvolvimento do país, razão pela qual o combate implacável a este fenómeno constitui uma das grandes prioridades do Governo.

Falando na reunião com Secretários-Permanentes, directores nacionais e seus adjuntos, diretores-gerais e inspectores nacionais e chefes de aquisições do sector público, Nyusi disse que a corrupção é uma doença universal que afecta maioritariamente os países pobres.

Neste encontro de um dia, que decorre sob o lema “Por uma Administração Pública Integra, Contra a Corrupção e Orientada Para Resultados”, os gestores do sector público propõe-se a debater a elaboração de planos orientados para resultados, o papel dos directores nacionais na implementação de políticas públicas e a transparência na gestão.
Apontando necessidade imperiosa de mudança do paradigma, o Chefe do Estado destacou que a corrupção apresenta-se como um ciclo vicioso que deve ser quebrado porque os seus custos são elevados e evidentes.
Neste âmbito, Nyusi recomendou a inclusão no Orçamento do Estado de uma verba destinada ao combate a corrupção tendo em conta que este exercício acarreta custos.
“De Janeiro a esta parte, mais de 450 processos foram tramitados pela Procuradoria-Geral da República através do Gabinete de Combate a Corrupção envolvendo governantes, diplomatas, administradores de distritos e incluindo administradores de empresas públicas”, disse Nyusi.
Segundo o estadista, o combate a este mal exige a participação activa de todos pois, o Governo sózinho, sem os órgãos de justiça, não pode fazer nada. “Precisamos de andar todos a mesma velocidade quer no sector público quer no privado”.
“A prioridade neste ciclo de governação é servir o povo. É preciso combater energicamente os actos de corrupção e de má governação, por isso a responsabilidade não deve ser somente do Presidente porque o povo não é somente meu patrão mas ele emprega todos os gestores do sector público”, disse o Chefe do Estado. 
Apesar dos resultados alcançados com a reforma no sector público, ainda há muito por fazer na governação inclusiva, incluindo a eliminação do excesso de burocracia para melhorar o ambiente de negócios, disse Nyusi, sublinhando que governar é simplificar a vida das pessoas.
“Esta missão exige por parte dos gestores do sector público integridade, transparência, responsabilidade, sentido de dever e amor a Pátria. Muitos gostam de honra e tem o dever mas não tem amor a Pátria”, referiu o Presidente da República.
O desempenho do Governo, segundo Nyusi, deve ser medido pelo grau de satisfação das necessidades do Povo, que é “o nosso patrão, por isso, temos que encontrar neste encontro a estratégia de mobilização de recursos num contexto sem apoio externo porque a esperança de uma vida melhor só pode ser trazida com actos”.
Apontou ainda a necessidade de os gestores do sector público primarem por uma gestão eficaz, disciplinada que dê primazia ao que de mais importante há para a melhoria da vida do povo tendo como guia o alcance da excelência no bem servir.
Para tal, Nyusi destacou a formação dos funcionários, diálogo permanente, observância dos princípios de legalidade, justiça e imparcialidade, transparência na gestão, planificação e gestão financeira correcta baseada na prestação de contas.
Referiu que a gestão patrimonial tem estado a criar problemas porque quando mal feita abre espaços para práticas corruptas, tornando-se muito cara numa altura em que se exige a racionalização de fundos.
“A aquisição de bens deve ser feita com os devidos precedentes caso contrário vamos ter obras não acabadas, má qualidade, serviços com preços escandalosos. O património tem que ser inventariado, classificado e registado”, disse Nyusi.
Por causa da falta da observância destes princípios na gestão patrimonial, segundo a fonte, as instituições estão sempre a comprar as mesmas coisas e quando os bens saem ninguém sabe porque nao há registo nem controlo eficaz, factores que aliados a falta de cultura de manutenção fazem com que o o património custe muito caro ao Estado.
(AIM)