Imprensa

Construção da Ponte Maputo/Katembe pode ser paralisada

22/11/2017 08:24
Construção da Ponte Maputo/Katembe pode ser paralisada

As obras de construção da Ponte Maputo/KaTembe, na ligação com a Avenida 24 de Julho, na cidade de Maputo, capital de Moçambique, poderão ser paralisadas, caso prevaleça o impasse sobre a transferência dos vendedores do mercado 16 de Junho, vulgo Nwankakana, para a Malanga.

O impasse está a concorrer para os atrasos que se verificam nas obras e poderá levar o empreiteiro a elevar os custos inicialmente acordados para a execução do projecto, que inclui 187 quilómetros de estrada ligando a capital do país à fronteira da Ponta D’Ouro, no distrito de 
Matutuíne.
Segundo Silva Magaia, presidente do Conselho de Administração da Empresa Maputo Sul, citado hoje pelo Notícias, a instituição não dispõe de poder e força legal para retirar os informais do mercado, pelo que o problema está a ser gerido pelo Conselho Municipal de Maputo.
A prevalecer o impasse com os vendedores do mercado Nwankakana, a obra terá de parar. Do nosso lado não temos o poder e a força legal para tirá-los. O que fizemos é propor o problema às autoridades do município a indicar as implicações que isto vai ter no contrato e nos prazos de conclusão, lamentou Magaia.
Magaia disse que, chegados a esta altura, começa a ficar claro que a infra-estrutura não será mais o presente do natal dos moçambicanos, estando em curso esforços para que seja entregue no primeiro semestre do próximo ano.
É por isso que os operários estão a trabalhar, sem finais de semana, feriados e vamos ver se conseguimos nos primeiros meses, antes da festa da independência termos estas infra-estruturas. Neste momento a nossa maior preocupação está na ligação dos acessos do lado norte com as estradas existentes e estamos a fazer um esforço incessante para conseguir convencer os vendedores do mercado Nwankakana a cederem-nos aquela frente, acrescentou.
Sobre a posição dos vendedores do mercado Nwankakana, que exigem a quantia de 195 mil meticais de compensações por bancas de um metro quadrado e feitas de material precário e 300 mil meticais para uma infra-estrutura de até seis metros quadrados, Silva Magaia referiu que se trata de uma situação que retrocede o processo negocial que já registava avanços. 
Os valores que estão a propor são extremamente elevados e a questão que se levanta é qual o instrumento legal e critério que estão a usar para avançar esses montantes. Estamos a lidar com contas públicas, estamos a fazer pagamentos com valores do Orçamento do Estado e não depende da vontade de um indivíduo fazer isto, realçou.
O custo inicial deste projecto é de 785 milhões de dólares norte-americanos e inclui a ponte sobre a baía de Maputo, 187 quilómetros de estrada entre a cidade de Maputo e a Ponta D’Ouro, e ainda outros 63 quilómetros que ligam o distrito de Boane e Bela-Vista, a sede distrital de Matutuíne, com cinco pontes que atravessam rios e três viadutos.