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Comboio de mercadorias para Lichinga retoma próxima semana

06/06/2017 08:34
Comboio de mercadorias para Lichinga retoma próxima semana

O transporte de mercadorias por via ferroviária, entre as cidades de Nacala Porto, Nampula, Cuamba e Lichinga, retoma próxima semana graças a um entendimento alcançado entre o governo, agentes económicos e o Corredor de Desenvolvimento do Norte (CDN).

A novidade foi anunciada pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, num comício popular que hoje orientou no povoado de Malémia, distrito de Sanga, e que marcou o início da visita de trabalho de três dias a Niassa.
“A partir do dia 16, o comboio de mercadorias vai chegar a Lichinga praticando, numa primeira fase, preços bonificados. Isto vai facilitar muita coisa, incluindo a comercialização da produção interna a baixo custo”, afirmou Nyusi.
Apenas o comboio de passageiros circulava na linha que vai até Lichinga, devido a preços altos praticados pelo Corredor de Desenvolvimento do Norte (CDN), o que levou aos agentes económicos a apostar no transporte rodoviário que, apesar de oneroso devido ao mau estado das vias, principalmente entre Cuamba e Lichinga, se mostrava relativamente viável. 
Aliás, como parte de esforços visando tornar o trânsito rodoviário mais acessível no troço em questão, o Presidente Nyusi vai lançar esta Terça-feira, segundo dia de visita a Niassa, a primeira pedra para a construção da estrada N13, entre Cuamba e Lichinga.
Quanto ao transporte ferroviário, o CDN cobrava por tonelada o equivalente a 75,53 dólares americanos (USD) no percurso entre o porto de Nacala, província central de Nampula, e a cidade de Lichinga, a capital provincial de Niassa, numa extensão de cerca de 795 quilómetros. 
Contudo, segundo soube a AIM de fonte do governo provincial de Niassa, depois das negociações o preço foi fixado em 47,54 USD a tonelada.
A fonte disse que os camionistas, por sua vez, cobram 50 usd por tonelada no percurso rodoviário Nacala - Porto e Lichinga.
Um total de 15 vagões, de 35 toneladas cada, será mobilizado nesta primeira fase, número que deverá subir gradualmente com a demanda, disse, por sua vez, António Mateus, director provincial dos transportes e comunicações de Niassa.
“Prometemos fazer de tudo para desenvolver Niassa. Um dos grandes problemas quando iniciamos o nosso ciclo de governação era garantir a chegada do comboio a Lichinga. Este meio já chega a esta cidade. Mas temos o problema de só transportar passageiros”, disse Nyusi, momentos antes de anunciar a chegada, próxima semana, do comboio de mercadorias com “preços bonificados”.
Nos finais de 2016, o Presidente Nyusi reinaugurou a linha férrea Cuamba-Lichinga, com cerca de 262 quilómetros de extensão, depois de vários anos de paralisação devido a sua degradação. Depois da operacionalização deste troço, os agentes económicos e a população no geral esperavam que a vida, em Niassa, caracterizada pela alta de preços de diversos produtos, incluindo da primeira necessidade, melhorasse o que não aconteceu por causa dos custos de transporte de mercadorias.
Ainda hoje, Nyusi visitou em Sanga uma feira agrícola e orientou a sessão extraordinária do governo provincial. Terça-feira, para além de lançar, no distrito de Ngaúma, a primeira pedra para a construção da estrada Cuamba – Lichinga, vai escalar os distritos de Majune e Maúa, onde tem agendado comícios populares, visitas a empreendimentos económicos, entre outras actividades.
(AIM)