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Cimento importado passa a ser testado

30/05/2017 08:01
Cimento importado passa a ser testado

O Cimento importado para Moçambique passa a ser submetido aos testes para comprovar se tem a qualidade necessária para a sua comercialização no mercado nacional. Em Moçambique apenas o cimento produzido localmente é submetido aos testes para garantir a sua certificação.

Para reverter esta situação e com vista a conferir maior qualidade do cimento comercializado no país, um novo regulamento passa a assegurar que também o cimento importado seja sujeito aos mesmos procedimentos, através da recolha de amostras que são depois submetidas aos testes.
Trata-se do Decreto 28-2016, de 18 de Julho, sobre a produção, transporte, comercialização e garantia da qualidade de cimento em Moçambique,
que entrou em vigor em Janeiro último, visando assegurar que o consumidor tenha disponível no mercado nacional cimento de qualidade.
“Para isso acontecer, todos os importadores do cimento têm que entrar em contacto com o Instituto Nacional de Normalização e Qualidade (INNOQ), para informarem em que país desejam importar o cimento. O INNOQ deverá entrar em contacto, nesse país, com a entidade certificadora”, disse 
o director-geral do INNOQ, Alfredo Sitoe.
Falando no seminário que teve lugar hoje, em Maputo, para debater a implementação do novo regulamento, Sitoe explicou que tal é para quando o cimento entrar em Moçambique o INNOQ ter a garantia de que a entidade certificadora é credível e que dá para confiar no resultado do trabalho da mesma.
No entanto, sublinhou que isso não implica que o cimento a ser importado desse país não seja submetido aos testes de certificação em Moçambique.
A Inspecção Nacional das Actividades Económicas (INAE), que também esteve representada no seminário, falou da necessidade da observância dos requisitos constantes do regulamento, sob risco, no caso contrário, de o manuseamento do cimento perigar a vida das pessoas, bem como a falta da qualidade requerida no próprio produto.
“Se as fábricas não observam esses requisites, vamos ter problemas com o ambiente. O mau manuseamento do cimento pode provocar doenças como tuberculose. Os sacos de cimento produzem muita poeira. Imaginemos como ficam as pessoas e as residências quando os carros passam carregados de cimento mal protegido. Há necessidade de se cumprirem esses requisitos”, disse Virgínia Muianga, da INAE.
Muianga afirmou que o cimento tem vindo a ser transportado e comercializado em condições indevidas, tendo apontado, como exemplo, o que é comercializado em tendas.
“Aquilo deve acabar, porque o cimento perde a qualidade com a acção dos ventos e do calor, o que irá reflectir-se no tipo de obras a serem executadas. Então, são esses elementos todos que temos que ver e melhorar a situação”, vincou.
Participaram do encontro os produtores, importadores, o INNOQ (entidade certificadora), a INAE (entidade que vai inspeccionar o cimento), e o Laboratório de Engenharia de Moçambique (LEM), entidade que vai fazer os ensaios requeridos.
(AIM)