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Chissano quer Universidade mais interventivas na resolução de conflitos armados

28/10/2019 09:52
 Chissano quer Universidade mais interventivas na resolução de conflitos armados

O antigo Presidente da República, Joaquim Chissano, desafia as instituições de ensino superior em Moçambique para que sejam mais interventivas no combate aos ataques armados que, desde Outubro de 2017, afectam a província nortenha de Cabo Delgado.

O repto foi lançado hoje, em Maputo, durante a primeira cerimónia de graduação de estudantes na Universidade Joaquim Chissano (UJC), na qual ele é patrono.

É uma instituição que surge fusão entre o extinto Instituto Superior de Relações Internacionais (ISRI), e o Instituto Superior de Administração Pública (ISAP).

"Queremos universidades interventivas, que trabalham na busca de soluções cada vez mais eficientes para os principais problemas com os quais a sociedade se confronta actualmente e aqueles que ameaçam o nosso futuro. A eliminação definitiva desde fenómeno em Cabo Delgado passa pelo melhor conhecimento deste grupo, suas dinâmicas e interesses", disse Chissano.

Referiu que a paz deve merecer uma maior atenção de todos os segmentos da sociedade para que seja preservada hoje e no futuro. Para o efeito, a Universidade tem um papel importante na promoção da educação para a paz.

O antigo estadista disse acreditar que a nação moçambicana será mais forte e mais resiliente às adversidades que surgirem no país se os estudantes estiverem dotados de uma cultura de paz, pois caberá a eles assegurar a prevalência do diálogo como a única via para a resolução de conflitos.

Chissano também abordou o impacto devastador dos ciclones Idai e Kenneth, e disse ser da responsabilidade das instituições de ensino superior, como centros de formação e de geração de conhecimento científico, contribuir de forma criativa na busca da melhor compreensão dos eventos naturais extremos, propondo melhores mecanismos de prevenção, mitigação e gestão.

"Neste sentido, a contribuição das Universidades para a mitigação dos efeitos negativos resultantes dos eventos naturais extremos, vai concorrer para a construção e consolidação da legitimidade das instituições do ensino superior perante a sociedade", disse.

Os ciclones Idai e Kenneth que em Março e Abril do corrente ano devastaram as regiões centro e norte do país, provocaram centenas de mortes bem como a destruição de várias infra-estruturas públicas e privadas.

O Idai foi o ciclone mais destruidor tendo provocado a morte de mais de 600 pessoas. O ciclone também deixou 1,8 milhão de pessoas em situação de vulnerabilidade.
(AIM)