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Chissano apela Renamo a não usar força das armas para tomar poder

08/09/2016 08:11
Chissano apela Renamo a não usar força das armas para tomar poder

O antigo Presidente de Moçambique, Joaquim Chissano, apelou hoje a Renamo, o principal partido da oposição, a usar instrumentos democráticos e não recorrer a força das armas para alcançar o poder, no país.

Falando em Pemba, capital de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, durante a cerimónia central alusiva as celebrações do 7 de Setembro, Dia da Vitoria, Chissano desafiou os homens armados da organização de Afonso Dhlakama a abandonarem as matas para se juntarem à família moçambicana.
Nesta data, o país recorda a assinatura dos Acordos de Lusaka, na Zâmbia, em 1974, entre o governo colonial português e a Frelimo e que culminaram com a proclamação da independência de Moçambique, a 25 de Junho de 1975.
“Nós vamos recebê-los e viveremos como irmãos, tal como fizemos anteriormente”, disse Chissano em alusão ao período que se seguiu a assinatura do Acordo Geral de Paz, em Roma, na Itália, em 1992, entre a Renamo e o governo moçambicano e que pós fim a guerra dos 16 anos.
O antigo estadista moçambicano referiu que o desfile dos combatentes mostra que ninguém quer a guerra em Moçambique.
Sublinhou que nem mesmo aqueles que combateram nas fileiras da Renamo estão a favor da guerra, pois todos os moçambicanos querem ver o país a crescer.
Segundo Chissano, a Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional (ACLLN) é a continuidade da luta política, diplomática e cultural travada durante a guerra pela independência, iniciada a 25 de Setembro de1964, e as suas acções visam fundamentalmente fazer progredir o país.
Lembrou que após a assinatura dos Acordos de Lusaka, o regime colonial tentou impedir a independência dos moçambicanos, tendo chegado a criar grupos ou partidos políticos, com os quais pretendia realizar um referendo.
O governo colonial, de acordo com o antigo Presidente de Moçambique, também tentou preparar um governo de transição, que iria vigorar por um período 20 anos, mas a Frelimo exigiu a independência total e completa do país.
“Como não bastasse houve tentativas para a tomada da actual Rádio Moçambique (RM) e Aeroporto de Maputo, mas os moçambicanos combateram todas essas manobras”, disse. 
Chissano mostrou que frustradas todas essas acções, tendentes a impedir a libertação do país, a Renamo foi acolhida pela Rodésia de Iam Smith, hoje Zimbabwe, e posteriormente pelo regime do Apartheid, na África do Sul, 
(AIM)