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Cheias e ciclones poderão afectar mais de um milhão de pessoas no país

13/10/2016 10:45
Cheias e ciclones poderão afectar mais de um milhão de pessoas no país

Mais de um milhão de pessoas poderão ser afectadas por inundações, cheias e ciclones durante a época chuvosa e ciclónica 2016/2017 em Moçambique, segundo prevê o Plano de Operacionalização de Contingência aprovado esta terça-feira pelo Governo.

O Plano, cuja aprovação aconteceu na 34ª Sessão Ordinária do Conselho de Ministros, visa reduzir perdas humanas e de infraestruturas em caso de ocorrência de eventos extremos durante esse período.
Segundo o porta-voz do governo, Mouzinho Saide, o Plano tem também como objectivo assegurar a assistência humanitária aos mais necessitados ate ao restabelecimento da vida normal.
Saide revelou que o Plano de Contingência prevê três cenários, o primeiro dos quais corresponde a ameaças de pequena amplitude, em que estarão afectadas cerca de 714 mil pessoas. O segundo cenário, o mais provável, é de ocorrência de cheias nas principais bacias hidrográficas, podendo afectar 1.350 mil pessoas; e o terceiro é uma combinação de factores, o número de afectados podera atingir 1.370 mil pessoas.
“O cenário dois é o mais passível de ocorrer, portanto em que há cheias nas principais bacias hidrográficas. A ocorrência deste cenário está previsto para os meados ou finais do primeiro trimestre do próximo ano”, disse saide, que é igualmente Vice-Ministro da Saúde.
Para fazer face a situação, que poderá afectar principalmente as províncias do Niassa, Cabo Delgado, Nampula, Zambézia e Tete, o governo necessita de mais de 800 milhões de meticais.
“O governo mobilizou já uma parte do dinheiro necessário para cobrir este Plano de Contingência, mas, com certeza, que irá necessitar de mobilizar mais meios e recursos através da participação dos seus parceiros”, explicou.
Neste momento, segundo a fonte, o governo já tem garantidos, do Orçamento do Estado, cerca de 160 milhões de meticais.
“O défice que ainda existe é de 670 milhões de meticais, considerando o cenário mais provável”, disse.
Moçambique tem sido, ciclicamente, afectado por eventos calamitosos extremos, nomeadamente seca, cheias e ciclones.
Na mesma sessão, o governo aprovou uma serie de dispositivos legais, entre os quais o decreto que redefine as competências do Fundo de Desenvolvimento Agrário (FDA) e extingue o Centro de Promoção da Agricultura.
O FDA é uma instituição pública que intervém nas áreas de estudos e projectos, promoção de investimentos público-privados, mobilização de recursos para promoção de serviços financeiros para o desenvolvimento do sector agrário.
Outros dispositivos incluem o decreto que aprova o Código de Ética e Conduta Desportiva, o decreto que delega competências ao Ministro que superintende a área da Justiça para proceder a modificações dos Estatutos das Fundações e o que aprova os Estatutos do Instituto Superior de Contabilidade e Auditoria, uma instituição pública de ensino superior.
O governo aprovou ainda as propostas de Lei de revisão da Pauta Aduaneira e da alteração da Lei de Arrendamento de Imóveis geridos pelo Parque Imobiliário do Estado (APIE).
Ainda nesta 34ª sessão ordinária do Conselho de Ministros, o governo apreciou, entre varias matérias, a informação sobre o Lançamento da Campanha Agraria 2016/2017, a ter lugar a 28 de Outubro corrente, em Mopeia, na província central da Zambézia.
(AIM)