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Centro e Sul do país: Elevada incidência da malária preocupa Saúde

11/12/2017 10:21
Centro e Sul do país: Elevada incidência da malária preocupa Saúde

A Ministra da Saúde, Nazira Abdula, manifestou-se preocupada com o elevado número de casos da malária nas províncias da Zambézia, Tete, Manica, Sofala, Inhambane e Gaza, registados durante o ano em curso.

O elevado peso da malária constitui preocupação para o governo de Moçambique, uma vez que interfere negativamente no desenvolvimento económico e social do país, mantendo o ciclo doença/pobreza devido ao elevado absentismo escolar e laboral”, disse Abdula.

A titular da pasta da Saúde expressou a preocupação na abertura da IX Reunião Anual de Balanço do Programa Nacional de Controlo da Malária (PNCM), que decorreu semana passada, na cidade de Maputo, congregando quadros do sector e representantes dos parceiros para, juntos, partilharem desafios, sucessos do programa, boas práticas e experiências inovadoras.

Não obstante o conhecimento que se tem sobre a malária, ela continua, segundo a ministra, a constituir um dos maiores problemas de saúde pública no país e a causar um número elevado de vítimas mortais e sequelas por complicações, apesar de haver avanços registados na redução de óbitos intra-hospitalares.

O perfil epidemiológico mostra que em 2016 foi registado um total de 7.5 milhões de casos de malária provenientes das unidades sanitárias e comunidades, o que representa um aumento de 18 por cento em relação aos casos notificados em igual período de 2015 e uma redução do número de óbitos em 32 por cento (1.685 óbitos em 2016, contra 2.465 em 2015).

No encontro, que decorreu sob o lema “Fortalecendo a Qualidade das Intervenções da Malária em Moçambique”, a governante disse que a maior preocupação do sector da Saúde deve ser o bem-estar e a saúde da população, daí a importância de continuar a consciencializar a população para procurar o tratamento atempado na unidade sanitária mais próxima.

A intensificação e sensibilização para as medidas de controlo vectorial que impedem a picada do mosquito causador da malária (dormir de baixo da rede mosquiteira e aceitar que as residências sejam pulverizadas) estão entre as medidas a adoptar.

“Garantir que o tratamento da malária seja feito apenas para aqueles com um teste de diagnóstico de confirmação laboratorial, tanto por microscopia ou por teste de diagnóstico rápido”, disse, apontando as medidas para assegurar o bem-estar da população.

Na ocasião, Abdula saudou as melhorias registadas na redução dos óbitos intra-hospitalares, na notificação dos casos provenientes das comunidades (1.3 milhões de casos que representa um aumento de mais de 100 por cento), na cobertura do tratamento intermitente preventivo às mulheres grávidas.

No mesmo quadro, a ministra deu nota positiva às coberturas da pulverização intra-domiciliária nos distritos seleccionados e da posse de redes.

O encontro foi também marcado pelo lançamento do Plano Estratégico da Malária 2017/22, desenvolvido através de uma abordagem multi-sectorial e participativa, incluindo todos os parceiros do PNCM.

O plano, segundo a fonte, foi elaborado após uma revisão dos progressos alcançados e os desafios do Plano Estratégico da Malária 2012/16, e baseia-se nas recomendações da avaliação detalhada do programa, através da revisão do programa da malária realizada, em 2016, e os princípios e objectivos das iniciativas internacionais da malária.