BM uniformiza base de cálculo da taxa de juros
A Base de cálculo da taxa de juros de empréstimos nos bancos comerciais passa a ser uniforme a partir do corrente ano, segundo a decisão do Banco Central, após um acordo nesse sentido com a Associação dos Bancos de Moçambique. Antes da medida, que visa sobretudo reforçar a transparência no mercado. Actualmente, a base de cálculo é variável, que resulta numa fixação do preço do dinheiro diferente entre as várias instituições financeiras.
O governador do Banco de Moçambique (BM), Rogério Zandamela, anunciou o facto, na sexta-feira, último dia do 41º Conselho Consultivo daquela instituição, um evento de três dias com início na quarta-feira.
Citado pelo “Notícias”, Zandamela explicou que para a operacionalização da decisão, o sistema bancário passará a ter um indexante que deverá ser único para todas as taxas de juro que serão negociadas entre os bancos e os seus clientes.
Assim, esta medida irá permitir que na base nesse indexante, o mercado passe a ter uma taxa de juro prime única para o sistema, referiu Zandamela.
Segundo a fonte, o governador disse que a introdução destes instrumentos faz parte de um processo de reformas que o BM tem vindo a efectuar no quadro de política monetária que tem como fim criar uma plataforma institucional eficiente e que esteja em linha com melhores princípios e práticas internacionalmente recomendadas.
Sobre “Desafios da Modernização do Regime da Política Monetária: o Caso de Moçambique”, tema debatido na sexta-feira, desde 2007, o Banco Central tem vindo a realizar reformas que permitem que o país esteja hoje, em condições de adoptar formalmente um regime de política monetária equiparável ao seguido noutros países do mundo, que têm taxas de juro como a sua principal variável operacional.
O estabelecimento da taxa única permitirá oferecer aos clientes do sistema bancário uma maior base de negociações da taxa final de cada empréstimo a contratar e, por esta via, aumentar a concorrência no sistema.
Outro impacto que esta terá é a sua ligação com os indicadores do Banco Central, permitindo que em caso de redução ou aumento das taxas de facilidade permanente de cedência ou de depósitos, o impacto se reflicta também na relação entre a banca comercial e os clientes. RM/AIM)