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Acidentes na construção civil deveriam ser tratados de forma integrada

15/09/2016 08:08
Acidentes na construção civil deveriam ser tratados de forma integrada

A Ministra do Trabalho, Emprego e Segurança Social, Vitória Diogo, defende que os movimentos sindicais devem introduzir na sua agenda e temas de higiene e segurança no trabalho. Segundo Diogo, esta medida iria contribuir para a redução de acidentes de trabalho no ramo da construção civil.

A ministra falava hoje, na sessão de abertura da conferência regional da África e Médio Oriente, da Confederação Internacional dos Trabalhadores da Construção, Madeira e Floresta (CITCMF), evento que decorre na capital moçambicana, Maputo.
Referiu ainda que o trabalho deve ser tratado de uma forma integrada, nas suas múltiplas dimensões.
“O movimento sindical em geral e a Federação Internacional dos Trabalhadores da Construção, Madeira e Florestas e seus filiados, ao nível local e regional, continuam com o desafio de contemplar nas respectivas agendas a temática de higiene e segurança no trabalho e de redução da sinistralidade no sector construção civil, perene em acidentes laborais”, vincou.
A governante acrescentou que os sindicatos também devem incluir matérias como o meio ambiente, ecologia e economia verde, no âmbito da exploração sustentável de recursos florestais, sem descurar a protecção dos trabalhadores nela envolvidos.
A nível mundial são cerca de 12 milhões de trabalhadores que estão no sector da construção, madeira e florestas.
No mundo cada vez mais globalizado, segundo Diogo, a formação e capacitação profissional são cruciais para a incorporação de novos conhecimentos e competências, pois só com o conhecimento é que “podemos fazer a diferença e participar activamente no desenvolvimento inclusivo e sustentável nos nossos países”.
Frisou que num mundo globalizado a promoção do emprego e trabalho produtivo e digno para todos, consta no quadro dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, das Nações Unidas, lançado em 2015.
Vitória Diogo afirmou que os sindicatos, através da negociação colectiva, com base na sua “longa experiência”, podem jogar um papel importante no desenvolvimento das empresas, contribuindo para que elas sejam sustentáveis.
“Através do incentivo à cultura de trabalho, ao aumento da produção e produtividade, à melhoria das condições de trabalho e de vida dos trabalhadores e à melhoria da qualidade dos produtos e serviços prestados aos clientes”, vincou.
Por seu turno, o secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Construção Civil, Madeiras e Minas de Moçambique (SINTICIM), Jeremias Timane, afirmou que as entidades empregadoras devem assumir a necessidade de negociar com os sindicatos como forma de celebrar acordos colectivos.
Timane, que falava para a imprensa, momentos após a abertura do evento, explicou que os acordos colectivos servem de plataforma para uma paz e estabilidade industrial.
“Permitem também um diálogo pacífico e a resolução que preconiza caminhos para a materializar os objectivos da produção e produtividade”, disse.
Segundo o sindicalista, mais de 10 mil trabalhadores ficaram desempregados nos últimos cinco anos em Moçambique.
Como causas, Timane apontou a crise económica mundial, bem como a tensão político-militar que se faz sentir no país.
Participam no encontro, que termina próxima sexta-feira, dirigentes máximos da Federação Internacional dos Trabalhadores da Construção, Madeira e Florestas.
(AIM)