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Abastecimento de água e saneamento rural beneficia nove milhões de moçambicanos

16/02/2017 08:20
Abastecimento de água e saneamento rural beneficia nove milhões de moçambicanos

O programa de abastecimento de água e saneamento rural beneficiou, desde o seu lançamento em 2010, cerca de nove milhões de moçambicanos, melhorando deste modo as condições de saneamento e higiene nas comunidades rurais, anunciou hoje o ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos (MOPHRH), Carlos Bonete.

Segundo o ministro, este é o fruto da construção de mais de 11 mil fontes de água e 30 sistemas de água ao longo do país, durante os seis anos da implementação do programa, que contou com o envolvimento das comunidades tanto na identificação das soluções adequadas, bem como na manutenção das infra-estruturas erguidas.
“Estamos a seguir abordagens correctas, embora necessitem de alguma actualização e, eventualmente, algumas correcções pontuais”, sublinhou o ministro, que falava na abertura do seminário rumo ao Programa Nacional de Abastecimento de Água e Saneamento Rural (PRONASAR) 2017-2030, um evento que teve lugar hoje em Maputo, sob o lema “Partilhando Experiências sobre o Abastecimento de Água, Saneamento e Higiene nas Zonas Rurais em Moçambique”.
Referiu que Moçambique não cumpriu na íntegra a meta referente ao abastecimento de água e saneamento rural, dos Objectivos do Desenvolvimento do Milénio, pelo que necessita de um esforço acelerado e coordenado, sobretudo com apoio dos parceiros de cooperação.
Desde o seu estabelecimento no país, o PRONASAR está sendo implementado em colaboração dos parceiros de cooperação, organizações não-governamentais, sector privado, membros da comunidade.
O governo está apostado em atingir os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável 2015-2030 (ODS), que estabelecem a cobertura de 100 por cento no acesso a água, bem como ao saneamento rural.
Segundo Bonete, antes de Moçambique alcançar os ODS precisa de atingir os objectivos intermédios do saneamento e abastecimento de água, estabelecidos em 50 e 75 por cento respectivamente, nas comunidades rurais.
O ministro disse que os desafios ligados às novas tecnologias constituem uma oportunidade para o sector privado, estando as comunidades rurais progressivamente mais sensibilizadas para acomodar os custos que a melhoria do nível do serviço de abastecimento de água exige.
Recordou que durante a implementação do Programa foram testadas opções tecnológicas para fazer face às mudanças climáticas, apontando para a transformação de furos equipados com bomba manual para mini-sistemas com painéis solares e bombas submersíveis.
Para as zonas áridas, Bonete referiu a introdução de tecnologias de dessalinização, sendo esta uma experiência que deverá ser melhorada por forma a mitigar o impacto das mudanças climáticas.
Por sue turno, o Embaixador do Japão acreditado em Moçambique, Akira Mizutani, reconheceu as melhorias registadas no acesso a água potável, bem como das instalações sanitárias.
Mizutani disse que ainda há mais espaço para o alargamento, na próxima década, do acesso e melhoria do abastecimento de água e saneamento, sobretudo nas zonas rurais.
“Gostaria de salientar que a ajuda oficial de desenvolvimento japonesa coloca um grande enfoque no desenvolvimento de recursos humanos, não só nesta área específica mas em todas as outras áreas”, frisou.
Na área de água e saneamento, através da Agência Japonesa de Cooperação Internacional (JICA), o Japão implementou sete projectos de cooperação, 17 projectos comunitários como forma de melhorar as condições de vida nas comunidades.
Participaram no seminário técnicos do MOPHRH, da Economia e Finanças, da Saúde, bem como directores provinciais das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos.
(AIM)