Daniel Chapo reafirma compromisso com a estabilidade económica, política e social em culto inter-religioso pela reconciliação nacional
(Maputo, 16 de Janeiro de 2025) – O Presidente da República, Daniel Chapo, afirmou hoje, em Maputo, que o seu governo irá trabalhar em estreita colaboração com líderes religiosos e os moçambicanos em geral, com vista a alcançar a estabilidade económica, política e social do país.
Chapo falava durante um culto inter-religioso de arrependimento e reconciliação nacional, que reuniu diversas confissões religiosas, incluindo a Igreja Católica, a Comunidade Muçulmana, o Conselho Cristão de Moçambique, entre outras.
Na ocasião, garantiu que o diálogo político continuará, com o objectivo de aliviar a tensão política pós-eleitoral instalada no país após o escrutínio de 9 de Outubro último.
“O diálogo iniciou na altura com o antigo Presidente, Filipe Nyusi. Nós vamos dar continuidade a esse processo e estou convicto de que encontraremos mecanismos para estabilizar o país o mais breve possível”, disse Chapo.
Referindo-se à história de unidade nacional, destacou:“Conseguimos alcançar a nossa independência nacional e a paz em Outubro de 1992 graças à unidade nacional”.
O Presidente revelou ainda que recebeu o convite para o culto com entusiasmo e fez questão de perguntar se os seus adversários nas eleições também estariam presentes.
“Perguntei se os meus irmãos que concorreram comigo estariam presentes. Disseram-me que sim. Fizemos chegar os convites, e vim com a esperança de que nos abraçaríamos aqui, perante todos os moçambicanos, para mostrar que somos irmãos. Infelizmente, os meus irmãos não estão aqui”, lamentou Chapo.
O Chefe do Estado expressou preocupação com o facto de, desde as primeiras eleições multipartidárias, o país enfrentar instabilidade após cada ciclo eleitoral.
“Devemos unir-nos e trabalhar para lançar a mensagem central que Deus sempre quis: ‘Amai-vos uns aos outros’.”
Chapo reiterou que em política não há inimigos, mas apenas adversários:
“Tal como no desporto, o Ferroviário de Maputo não é inimigo do Costa do Sol, e vice-versa. São apenas adversários. Jogam, disputam, e, no fim, abraçam-se como moçambicanos. Em política deveria ser exactamente assim.”
O Presidente reafirmou o compromisso de continuar a trabalhar pela paz, estabilidade económica, política e social, e pela reconciliação nacional, elementos essenciais para o desenvolvimento do país.
Por sua vez, o Presidente do Conselho Municipal da Cidade de Maputo, Rasaque Manhique, destacou a importância da presença do Chefe do Estado no evento, sublinhando o compromisso do governo com a reconciliação e o diálogo.
“É inspirador ver líderes religiosos, cidadãos e representantes de diferentes esferas sociais unirem-se em oração pelo arrependimento, reconciliação e unidade entre os moçambicanos. Este culto é um exemplo do papel das nossas instituições religiosas em promover a transformação de corações e mentes, construindo pontes onde há divisão e esperança onde há desafios”, afirmou Manhique.
O Presidente do Conselho Cristão de Moçambique, Rodrigues Dambo, salientou que vários cultos e orações foram realizados nos últimos dias em diferentes locais.
“Este culto marca o início de um trabalho profundo em que Moçambique deve arrepender-se, perdoar e reconciliar-se”, disse Dambo, acrescentando que a reconciliação deve começar em cada pessoa, na família e, depois, com os outros.