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Moçambique prepara transição para gasóleo menos poluente

30/12/2016 08:09

O Governo Moçambicano garante estar preparado para a migração, em Junho próximo, do gasóleo com um teor de enxofre de 500 partes por milhão (ppm) para 50ppm.

O facto foi anunciado em conferência de imprensa havida esta quinta-feira, em Maputo, concedida pelo director nacional de Hidrocarbonetos e Combustíveis do Ministério dos Recursos Minerais e Energia, Moisés Paulino. 
Explicou que a transição é uma iniciativa do governo e que visa reduzir a poluição que afecta as grandes cidades do país. 
“A ideia é reduzirmos o impacto desta poluição. E, neste sentido, pode-se afirmar que o produto é de qualidade superior em relação ao que está sendo usado, o gasóleo de 500 ppm. Não estamos a usar o pior combustível, disse Paulino. 
Explicou que “o que estamos a fazer é modernizar este combustível de 500 ppm. A partir de Junho de 2017, Moçambique vai introduzir o gasóleo de 50 ppm.” 
Em termos de preço, o governo garante que não haverá um grande impacto, pois “vai ser correspondente ao actual ou menor”.
A fonte reafirmou que o país não está a usar “combustível sujo”, explicando que pretende apenas modernizar o abastecimento de modo a acompanhar a evolução que existe a nível internacional, uma vez que o combustível de 500 ppm deixará de ser utilizado. 
Aliás, seguindo Paulino, muitas refinarias estão a deixar de produzir o combustível de 500 ppm, daí que é necessário preparar o país para que não fique sem combustível nos próximos anos.
Apontou algumas vantagens resultantes desta migração, particularmente a diminuição das partículas de fumo, aumento da eficiência das viaturas; redução da corrosão dos motores, redução da frequência da mudança de óleo, entre outras.
“Vai trazer um desempenho melhor aos nossos motores, aumentando a sua vida útil, e um aumento na economia do combustível. Portanto, a migração é para acontecer. Estamos concertados com as gasolineiras, elas que são as mais preocupadas com esta migração, e estamos concertados ao nível do governo. É mesmo para migrar, não é para recuar”, sublinhou.
A nível internacional, recomenda-se que os países cheguem aos 10 ppm, mas passando por esta migração gradual, e até mesmo, zero enxofre.
O director informou que será levada a cabo uma campanha de sensibilização aos utentes dos postos de abastecimento de combustíveis e o público em geral, de modo que se inteirem deste processo migratório.
Para já, disse, o plano a seguir é dar continuidade a questões legais: todo este processo deverá ser acomodado com a legislação vigente no país. 
Moçambique importa anualmente cerca de 1,5 milhão de metros cúbicos de produtos petrolíferos, dos quais 70 por cento gasóleo. 
“Portanto, se se fizer a migração dos 500 para 50 ppm, haverá um alívio ambiental muito grande, para as viaturas, bem como para a saúde pública”, referiu. 
O processo de migração para o gasóleo menos poluente é apoiado pelo Programa das nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP). (RM)