Lançado novo movimento para protecção da mulher
Foi lançado hoje, em Maputo, o Kuhluka, um movimento que visa interromper as normas culturais prejudiciais que oprimem as mulheres moçambicanas.
Segundo Josina Machel, que lidera o movimento, além de prestar apoio em advocacia aos sobreviventes de violência doméstica nos Centros de Abrigo a serem criados para o efeito, o Kuhluka também visa erradicar a violência baseada no género.
Num breve contacto estabelecido pela AIM, minutos a margem do evento, Josina Machel, filha do falecido Presidente moçambicano, Samora Machel, a iniciativa surge como uma forma de prestar atendimento imediato às vítimas de violência no país.
Explicou que existem muitos casos de violência doméstica que terminam dentro dos lares, o que não ajuda para a sua resolução e eliminação.
Através dos Centros de Abrigo, a serem criados, a partir de 2018, numa fase piloto, na cidade e província de Maputo, o Kuhluka deverá prestar atendimento gratuito, incluindo aconselhamento psicológico e terapia; serviços médicos; protecção policial, bem como cuidados a dar às crianças, incluindo patrocínio financeiro.
Nós queremos que as mulheres saibam que podem ir a um sítio e que serão recebidas com atenção, carinho, e atendidas por médicos, agentes da polícia, afirmou.
Revelou que o Kuhluka inspira-se num movimento semelhante existente nos Estados Unidos, particularmente na cidade de Phoenix, capital de Arizona.
Fizemos parcerias com algumas casas de refúgio e abrigos nos Estados Unidos que têm modelos de como isso deve ser, de como a mulher deve ser tratada, disse.
Aliás, ela própria sofreu na pele as consequências da violência domestica protagonizada pelo seu ex-namorado, Rufino Licuco, em meados de Outubro de 2015, que culminou com a perda do olho direito.
Era 01h30. Eu gritei pelo socorro. Ninguém me ouviu, ninguém fez nada. Se tivesse aparecido alguém ter-me-ia socorrido e talvez tivesse salvado a minha vista, disse.
(AIM)