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Moçambique prepara-se para fase de descoberta de recursos

16/12/2014 23:36

O MINISTRO da Defesa Nacional, Salvador M’tumuke, disse ontem, em Maputo, que Moçambique está a trabalhar na modernização, reequipamento e dinamização das suas Forças de Defesa e Segurança com vista a adequá-las aos novos desafios de um país jovem na fase da descoberta de recursos naturais, ainda por explorar.

Falando na abertura da VIII Sessão da Comissão Conjunta Permanente de Defesa e Segurança entre Moçambique e Zimbabwe, M’tumuke referiu que estas reformas visam igualmente dotar as Forças de Defesa e Segurança de meios com vista à defesa da vasta costa marítima e da fronteira terrestre partilhada com vários países que diariamente enfrentam o mesmo tipo de ameaças.

“Portanto, não duvidamos de que a gigantesca tarefa que temos pela frente só será possível realizá-la no quadro de uma parceria envolvendo todos os países que connosco partilham as fronteiras, tendo em conta os interesses de cada um, definidos num quadro de segurança colectiva, nomeadamente a nível social, económico e político”, disse o governante, para depois sublinhar a necessidade de se tornar clara a interdependência e o reforço da cooperação bilateral e regional para o bem dos nossos povos.

Sobre o encontro que ontem teve lugar na capital do país o governante referiu que a sessão decorre num momento em que a situação política e de defesa e segurança regional e internacional convida a todos os intervenientes em questões de defesa e segurança a reverem conceitos e a reequacionarem os modelos até agora seguidos.

Segundo disse, torna-se cada vez mais evidente que os chamados conflitos de alta intensidade tendem a ser substituídos pelos crimes transnacionais, caracterizados pelo seu efeito devastador e pela facilidade de atravessar fronteiras.

“Os últimos acontecimentos que se verificam na Europa e África, com o aumento do fluxo de imigrantes ilegais, estão a confirmar que nenhum país está a salvo desse grave flagelo. A esta ameaça, que por si só constitui um importante desafio para os nossos sectores de Defesa e Segurança, juntam-se o tráfico de drogas e mercadorias, caça furtiva, o contrabando de armas, crimes ambientais, entre outras ameaças comuns aos nossos países e que por conseguinte nos colocam perante a necessidade de criar as sinergias necessárias para conjuntamente enfrentá-las”, afirmou.

De acordo com o ministro da Defesa, os países da região austral de África não podem descurar a necessidade de trabalhar conjuntamente em matérias que dizem respeito à manutenção da paz, ajuda humanitária, questões prisionais e policiais, através da cooperação entre instituições homólogas ao serviço da segurança e desenvolvimento dos nossos países e povos.

Assim, reconheceu que a participação de Moçambique e do Zimbabwe na VIII Sessão da Comissão Conjunta Permanente de Defesa e Segurançaé manifestação clara da preocupação que cada um destes países tem em relação aos desafios da Defesa e Segurança. “Também é confiança que os nossos Governos depositam neste fórum, como a melhor alternativa de organização capaz de adoptar modalidades para a imposição eficaz e eficiente contra estas infracções e imperativos”, disse.

Por sua vez o Ministro na Presidência para a Segurança do Estado do Zimbabwe, Kembo Mohadi, mostrou-se satisfeito por os dois países estarem decididos a reforçar a cooperação na área da defesa e segurança, sobretudo ao longo da fronteira comum.

Segundo ele, o Zimbabwe encontra-se numa situação de total paz e tranquilidade, não sofrendo qualquer tipo de perturbação, daí a sua disponibilidade em reforçar a segurança na zona fronteiriça para que esta paz e tranquilidade não sejam ameaçadas.

O governante mostrou, igualmente, a disponibilidade do seu país em colaborar na capacitação institucional das instituições de defesa e segurança do nosso país, numa acção inserida na troca de experiências que ajudem a fortificar os dois países nesta área.

A VIII Sessão da Comissão Conjunta Permanente de Defesa e Segurança entre Moçambique e Zimbabwe, que se realizou ontem em Maputo, teve como objetivo avaliar o grau de implementação dos consensos alcançados na reunião anterior, para além de identificar novas fórmulas de actuação, tendo em conta os desafios que surgem no processo de segurança para os dois Estados e povos membros da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), bem como os mecanismos de cooperação existentes.