A Primeira-Ministra, Benvinda Levi, defendeu hoje que o Comunicador do Governo não deve ser apenas um mero divulgador de mensagens ou realizações, mas sim um verdadeiro estratega de comunicação pública.

Segundo Benvinda Levi, o Comunicador do Governo deve ser alguém que antevê as situações nas quais o membro do Governo será chamado a interagir e o municia com as ferramentas necessárias para que esse contacto seja positivo para a divulgação das realizações do seu pelouro e, consequentemente, para a melhoria da imagem do Governo.

A Primeira-Ministra discursava na abertura do IV Conselho Coordenador do Gabinete de Informação (GABINFO) e do Fórum dos Comunicadores do Governo, que decorre em Chidenguele, província meridional de Gaza, sob o lema “Fortalecendo a Governação através de uma Comunicação Eficiente e Inovadora”.

“O seu papel exige, de entre outros, o domínio dos seguintes aspectos: Planificação clara, alinhada aos objectivos institucionais e ao Plano Quinquenal do Governo; Fortalecimento da credibilidade da comunicação pública; Uso de canais acessíveis e respostas rápidas; Fortalecimento da comunicação interna; e Proactividade – agir antes da crise; e Promoção de uma comunicação para a paz, coesão e desenvolvimento, sobretudo em contextos sensíveis”.

Com efeito, reafirmou alguns princípios da comunicação pública, entre os quais o facto de ser função estratégica, através da qual se informa, se explica, se mobiliza e se presta contas ao cidadão, pelo que “deve ser profissionalizada, valorizada e integrada nos níveis mais altos da Administração Pública”.

“O Comunicador do Governo é um agente estratégico, não apenas um técnico, mas sim um mediador entre a visão do Governo e a voz do cidadão; precisamos de mais coordenação e coerência. A multiplicidade de vozes que fala em nome do Governo deve convergir numa mensagem clara e alinhada. Neste quesito, o GABINFO deve assegurar que a comunicação do Governo tenha uma linha de coerência”.

No mesmo contexto, Benvinda Levi destacou que a inovação e a coragem são imprescindíveis. “A era digital exige agilidade, transparência e capacidade de escuta. É urgente modernizar os meios públicos, apoiar os meios comunitários e garantir a inclusão digital”.

Segundo a Primeira-Ministra, a comunicação pública deve ser ética, responsável e centrada no cidadão, deve promover a verdade, respeitar a diversidade e facilitar o acesso à informação como direito fundamental e base de uma governação aberta.

Recordou que o IV o Conselho Coordenador realiza-se num momento particular da vida nacional, onde o cidadão é cada vez mais exigente, escrutinador e espera resultados concretos e de impactos imediatos da nossa acção governativa.

“Esta preocupação e anseio do cidadão, que reconhecemos e respeitamos, ocorre numa altura em que o Governo tem vindo a implementar reformas e a adoptar acções visando garantir a expansão e melhoria dos serviços públicos prestados pelo Estado, com realce para a consolidação fiscal, cujos resultados, embora não produzam efeitos imediatos, terão grande impacto na vida do cidadão a médio e longo prazos”, disse a governante.

Neste quadro de dicotomia, segundo a governante, a comunicação pública é chamada a ser mais do que uma ferramenta; ela deve ser um dos principais pilares da observância e respeito dos princípios da governação democrática, da coesão social e do desenvolvimento sustentável.

“A confiança dos cidadãos nas instituições públicas assenta, em grande medida, na capacidade do Estado de comunicar com clareza, agir de forma antecipada com transparência e manter-se próximo das reais necessidades da população”.

Neste esforço, os órgãos públicos de informação estão na linha da frente. Cabe a vós a nobre responsabilidade de traduzir, com fidelidade e sensibilidade, o que o Estado faz, pensa e representa. Isto exige não só competência técnica, mas também sentido de missão pública, ética comunicacional, empatia social e respeito pela diversidade de pensamento, cultural e linguística existentes no nosso país. (AIM)