Com o objectivo acompanhar o nível de cumprimento do Contrato de Concessão, cuja extensão foi assinada em Fevereiro de 2024, o Chefe do Estado visitou o Porto de Maputo, concessionado a Sociedade de Desenvolvimento do Porto de Maputo (MPDC), que vai investir cerca de 500 milhões de dólares nos próximos três anos, para apetrechar e expandir a infra-estrutura.

Discursando em Maputo, durante uma visita de trabalho ao Porto de Maputo, o Presidente Daniel Chapo assegurou que o investimento vai permitir além da expansão, uma modernização de vários terminais, facto que concorre para elevar substancialmente, a capacidade operacional do Porto, algumas obras em curso.

Destacou a expansão da capacidade de manuseamento de contentores, para mais de 500 mil TEUs (unidade equivalente a contentores de 20 pés) aumento da capacidade do Terminal de Carvão de oito para 12 milhões de toneladas, e de 12 milhões para 15 milhões de toneladas, bem como o reforço da capacidade do Terminal de Carga Geral, que irá ultrapassar 15 milhões de toneladas.

“Estes investimentos não são apenas números: representam mais eficiência, mais negócios, mais emprego, mais desenvolvimento e, sobretudo, mais receitas para os cofres do Estado e que o Estado, depois, tem a responsabilidade de investir essas receitas nas áreas económicas e sociais, saúde, educação, expansão de energia eléctrica, água e outras necessidades do nosso povo”, disse.

Chapo revelou que decorrem actualmente os preparativos para a realização de projectos estruturantes, cuja execução deverá iniciar em 2026, destacando a nova dragagem de aprofundamento, que levará o canal a menos de 16 metros de profundidade, facto que vai colocar o Porto de Maputo em linha com os maiores portos da região e do mundo inteiro.

Revelou igualmente, a reconstrução de mais de 400 metros de cais, o que vai reforçar a segurança, capacidade e resiliência das infra-estruturas portuárias.

Constitui um salto relevante, a aposta em tecnologia, disse o Presidente, explicando de seguida que os sistemas actuais permitem a ligação automática entre o Porto de Maputo e o posto transfronteiriço de Ressano Garcia, que separa Moçambique e a África do Sul, localizado no distrito de Moamba, província meridional de Maputo.

São um exemplo de inovação que reduz tempos de trânsito, melhora a eficiência e combate práticas ilícitas.

Chapo mencionou a criação, no Porto de Maputo, de um centro de formação moderno, equipado com simuladores de última geração e salas destinadas ao ensino virtual, facto demonstrativo de uma visão clara, de que o governo só vai construir um sector portuário competitivo se investir nos recursos humanos que o fazem funcionar.

“Foi com muita satisfação que conseguimos ver que tudo isto é feito por jovens moçambicanos, aquilo que temos dito: problemas locais, desafios locais, soluções locais”, vincou Chapo, encorajando a massificação da experiência a outros portos e fronteiras do país.

A extensão da experiência vai, segundo o Chefe do Estado, promover uma rede logística moderna e integrada.

Há uma necessidade de reforçar a utilização do transporte ferroviário no movimento de carga entre o porto e o hinterland, e vice-versa, porque, o caminho-de-ferro é mais verde, aumenta a segurança, reduz custos e assegura maior competitividade para a empresa Caminhos-de-Ferro de Moçambique.

“É, portanto, fundamental que continuemos a apostar nesta modalidade, que é estratégica para o futuro logístico do nosso país”, disse Chapo.

Fez saber que desde a concessão, em 2003, do Porto de Maputo a companhia DP World, no qual surgiu a MPDC, o investimento está avaliado em 900 milhões de dólares.

Por isso, Chapo encoraja a MPDC a continuar atenta às reformas e desenvolvimentos na região austral, de modo a manter padrões elevados de competitividade como tem feito nos actuais investimentos.

“Reitero o compromisso do governo de continuar a trabalhar, lado a lado, com o sector privado, com os parceiros internacionais e com todas as instituições nacionais para garantir que estes projectos se traduzem em desenvolvimento real para o nosso povo”, concluiu. (AIM)