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Estiagem afecta cerca de 450 mil famílias camponesas em Tete

25/01/2016 10:26

O sector da Agricultura em Tete aponta para a existência de 450 mil famílias camponesas assoladas pela estiagem causada pela falta de chuvas um pouco por todos os distritos desta província do centro de Moçambique.

O facto foi tornado público hoje, em Tete, durante a reunião de avaliação da situação da estiagem orientada pela secretária permanente provincial (SP), Lina Portugal.
Três sementeiras são dadas como perdidas. Todas estas sementeiras foram feitas com alguma insistência pelos camponeses, na tentativa de obterem alguma colheita. Alguns camponeses nem se quer experimentaram a primeira sementeira por não ter caído nenhuma gota de chuva.
Até ao momento são considerados perdidos 64 mil hectares de culturas diversas, com destaque para o milho e mapira, de um plano de 970 mil previstos para a campanha agrícola 2015/2016.
Os distritos mais afectados pela estiagem são os que se localizam no sul da província de Tete, designadamente Changara, Cahora Bassa, Marara e Mágoè.
A estiagem também se faz sentir com gravidade na zona sul dos distritos de Moatize e Chiúta. O distrito de Dôa, no Este de Tete, está a sofrer também os efeitos da falta de chuvas. Nestas regiões, reporta-se que são 108 mil famílias camponesas que perderam as suas sementeiras.
Na reunião, Lina Portugal recomendou que os Serviços Distritais de Actividades Económicas, o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), governos provincial e distritais devem continuar a monitorar a situação crítica da estiagem, para que não se chegue ao extremo de fome.
A SP recomendou, ainda, que devem ser promovidas feiras agrícolas em todos os distritos para permitir que os camponeses adquiram sementes para lançarem à terra nas zonas baixas.
“Esta situação é preocupante porque os camponeses nada irão colher caso a chuva continue a teimar em não cair na nossa província. Temos que aprovisionar as sementes com os orçamentos que temos para este ano e, também, promovermos feiras agrícolas para ajudar aos camponeses a adquirirem sementes e outros insumos que acharem necessários” – afirmou a secretária permanente provincial.
Outra recomendação dada é no sentido de nas fontes de captação de água poder-se criar bebedouros para o abeberamento do gado bovino que não resiste muito à seca e/ou estiagem.
“Igualmente, devemos aprovisionar as sementes de milho e mapira de ciclo curto vegetativo” – acrescentou Lina Portugal.
Esta é a segunda reunião de avaliação da situação da estiagem em Tete. A primeira foi realizada no passado dia 7 do corrente mês, na qual estiveram presentes os directores distritais de Serviços de Actividades Económicas, do INGC, do sector do Comércio e das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos.