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Energias renováveis/FUNAE lança projectos orçados em 500 milhões usd

19/09/2017 10:40

O Fundo de Energia (FUNAE) lança esta terça-feira, em Maputo, a carteira de projectos de energias renováveis orçada em 500 milhões de dólares norte-americanos, com vista a contribuir para o alcance da meta do acesso universal de energia até 2030.

Um comunicado do FUNAE, recebido hoje na Redacção da AIM, explica que a carteira de projectos prevê a electrificação através do uso de fontes solares e hídricas, abrangendo as províncias de Maputo, Gaza e Inhambane (sul), Sofala, Manica, Tete e, Zambézia (centro) e Nampula, Niassa e Cabo Delgado (norte do país). 

No total, segundo o comunicado, serão electrificadas 332 vilas em todo o país, com recurso a energia hídrica, através de mini redes com um total de geração de 1.013,12MW, enquanto da energia solar fotovoltáica serão 343 projectos, dos quais 10 mini-redes de média dimensão (1 à 3MW), 111 micro ou mini-redes de pequena dimensão (1 à 100 kW) e os restantes, sistemas autónomos. 
“A carteira de projectos identifica os potenciais locais para implementação de projectos com base no recurso solar, recurso hídrico e ou combinados (híbrido), tendo em conta a disponibilidade de recursos energéticos em cada local”, aponta o comunicado, sublinhando que se pretende, com a iniciativa, garantir que num horizonte de 15 anos a população moçambicana tenha acesso à energia eléctrica, em modelos de sistemas fora da Rede Nacional, nomeadamente micro, mini-redes e pequenos sistemas autónomos. 
Recentemente, o FUNAE e a Galp-Energia assinaram um protocolo de parceria com vista a instalação de sistemas solares fotovoltáicos em comunidades rurais nas províncias de Maputo, Sofala, Manica e Cabo Delgado.
Com base no protocolo serão electrificadas cinco vilas naquelas províncias, beneficiando, essencialmente, centros de saúde, escolas, sistemas de bombeamento de água, estabelecimentos comerciais, entre outros.
“Orçado em pouco mais de 40 milhões de meticais e com duração de dois anos, o acordo esta em consonância com os objectivos traçados pelo Governo que visa a expansão gradual de energia eléctrica”, refere a nota.
A energia solar (painéis solares) tem sido uma opção de resposta à procura de serviços de energia, particularmente ao nível das zonas rurais, tais como centros de saúde, escolas e abastecimento de água, incluindo edifícios de administração pública. 
“Neste contexto, durante o período de 2005-2014 e com base nesta opção energética em zonas rurais, mais de 3,7 milhões de moçambicanos foram beneficiados. Foram electrificadas, com base em sistemas solares fotovoltaicos, 201 vilas, 669 escolas, 623 centros de Saúde e 77 edifícios públicos”, recorda o FUNAE. 
Ainda nesta perspectiva, uma fábrica de painéis solares entrou em funcionamento em 2013 e foi realizado o mapeamento das energias renováveis e produzido o Atlas das Energias Renováveis de Moçambique que visa essencialmente dar a conhecer o potencial em energias renováveis. Para além disso, foram construídas três Centrais Térmicas nos distritos de Muembe, Mavago e Mecula, na província nortenha do Niassa.
“Estas centrais vêm reforçar a energia da Rede eléctrica nacional o que mostra uma vez mais o cometimento do governo em prover condições para o seu povo”, indica a nota.
(AIM)